terça-feira, 13 de novembro de 2018

DESIGNER DE PROCESSOS E PESSOAS…O NOVO PAPEL DO LÍDER


Creio que este será o título dos Líderes num futuro breve. Ainda estamos discutindo, muitas vezes, o papel da Liderança num modelo antigo, que é muito baseado no modelo industrial. Processos estanques e repetitivos, com pequenas mudanças evolutivas ao longo dos anos. Precisamos entrar numa discussão mais profunda do novo papel da Liderança, neste mundo digital. O perfil dos profissionais dessas novas gerações é bem diferente do que estamos acostumados. Basta olhar o ambiente das empresas de tecnologia para entender a grande mudança que ocorreu e que está ocorrendo. Essa transformação é percebida em todas as frentes. As pessoas têm formação diferente, se vestem de maneira despojada, o ambiente de trabalho é também bastante descontraído e igualmente desprendido. O mundo criativo e inovador pede este tipo de local, para que as pessoas possam soltar a imaginação e produzir inovação para os negócios. Os desafios não são mais processos recorrentes que precisam ser melhorados através da própria repetição e execução. Agora vivemos um momento, em que os processos precisam ser mudados constantemente, para que possam atender as necessidades dos negócios. Tudo é muito mais volátil e sujeito a mudança num espaço de tempo muito curto. Os ciclos de negócios são muito rápidos e os produtos muito mais perecíveis em função do avanço rápido da tecnologia.

A cada momento algo novo está sendo criado para adicionar aos negócios existentes, ou mesmo transformando o ambiente totalmente. Existem vários exemplos como tudo isso está se modificando rapidamente. Quando achávamos que a tecnologia, por exemplo, já facilitava a nossa vida para não ter que ir a um banco, já tem tecnologia que está na verdade concorrendo com o próprio conceito de banco. Portanto nem as coisas mais tradicionais e aparentemente imutáveis conseguem sobreviver a este momento de transformação que o mundo está passando.

Com este contexto dos negócios e das organizações, não é possível se imaginar que os processos vão permanecer iguais por longo tempo e muito menos a forma de desenvolver as pessoas. O papel de cada um é quase de se auto liderar, até porque muita gente está cada vez mais trabalhando remotamente. A liderança muitas vezes nem convive mais proximamente dos seus liderados. A palavra autonomia e empoderamento nunca fez tanto sentido como agora, só que ainda estamos preparando as Lideranças no modelo analógico.

Precisamos urgentemente começar a rever o papel do Líder dentro deste novo contexto. Pessoalmente, os vejo muito mais como Designers de processos e pessoas, e facilitadores do trabalho, definindo o direcionamento, alimentando e revendo os processos e o trabalhos das pessoas de forma permanente. O trabalho e os processos devem ser alterados constantemente para melhor se adaptar a velocidade do mercado e poder enfrentar a concorrência. É como se tivéssemos que alterar a descrição de cargos todas as semanas, bem como mudar os processos na mesma velocidade. A tecnologia veio para nos ajudar nesta tarefa, e o novo papel da Liderança é liderar este processo de transformação junto aos liderados. O novo mundo do trabalho requer um comportamento de muita flexibilidade, como se cada dia o trabalho fosse feito de forma diferente. Todos devem estar muito atentos as mudanças de tecnologia, e fazer da inovação um “way of life”. Será muito desafiador acompanhar esses novos tempos, mas como tudo na vida, o ser humano está pronto para se adaptar e fazer disso a sua rotina. Neste cenário, o novo papel da Liderança será fundamental para as organizações e a sociedade como um todo.

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