quinta-feira, 17 de novembro de 2016

QUEM TEM MEDO DE PROBLEMAS COMPLEXOS?


Saber resolver problemas complexos talvez seja a maior competência que todo profissional precisará desenvolver para o futuro. A era industrial se caracterizou por adversidades complicadas, mas a era digital trouxe um desafio maior, que é lidar com problemas complexos. Se pudéssemos fazer uma analogia com o nosso tempo de escola, poderíamos dizer que tivemos algumas matérias que eram complicadas, mas outras como, física, química, matemática ou desenho geométrico, eram matérias complexas. Em ambos os casos, sempre há um caminho e uma solução para a questão, entretanto a preparação, o estudo e a profundidade sempre foram mais difíceis quando lidávamos com as matérias complexas.

Se trouxermos estes conceitos para os tempos de hoje, é mais ou menos o que estamos vivendo. Está se ampliando o nosso leque de questões mais complexas do que complicadas. Esta situação requer um aprofundamento maior no estudo, na dedicação, e na busca de soluções. Basta lermos os jornais todos os dias para sentirmos como o mundo ficou mais complexo. Os Países lutam com muito mais dificuldades para lidar com os seus problemas econômicos, políticos e sociais. A competitividade e a tecnologia ajudam por um lado, mas por outro trazem muito mais complexidade, e para isso precisamos estar cada vez mais preparados. Nem sempre a experiência passada nos ajuda a resolver os impasses atuais e muito menos os futuros. É preciso nos prepararmos para aprender com os desafios futuros, mais do que com a experiência passada. A vivência nos ajuda a lidar com o complicado, mas para lidar com o complexo precisaremos nos preparar e nos treinar para o futuro. É uma mudança de “mind set” muita mais complicada do que imaginamos, o que de uma certa forma nos deixa um pouco angustiado. Até porque a velocidade das mudanças é enorme e sensação que a maioria de nós sente, é que não conseguiremos acompanhar esta evolução.

A pergunta que não quer calar é: Como devemos nos preparar para lidar com todas estas complexidades? Não sei responder esta pergunta, mas me atrevo a compartilhar algumas ideias. A primeira delas é que no mundo acadêmico, precisamos desafiar mais o raciocínio, do que a memória. O que eu quero dizer com isso : quando observamos o nível de desafio mental e de raciocínio exigido nos cursos de exatas, comparado com outros, talvez possamos entender esta lógica. Quando olhamos os Países que estão crescendo de forma acelerada como a China, Índia, Coreia do Sul etc., observamos que estes Países estão investindo de uma forma mais intensa nos cursos de ciências exatas. A maioria do mundo Ocidental, com raras exceções como a Alemanha, está indo no caminho oposto. Outro dia ouvi um professor de Harvard fazendo uma crítica muito forte ao ensino nos Estados Unidos. Ele dizia que as coisas por lá só não estão piores por conta do visto H1-B, que é fornecido a estes “gênios” do estrangeiro para trabalharem por lá. Ou seja, mesmo um País como os Estados Unidos se vê obrigado a recorrer a outros Países na busca, de pessoas e profissionais melhor preparados para lidar com um mundo mais complexo.  Muitos Países ainda estão presos à formação acadêmica voltada para era industrial, que se caracterizava fortemente por processos contínuos e repetitivos. Ainda não se deram conta de que precisam mudar a grade escolar para a era digital, onde os problemas são complexos e que precisam muito mais da capacidade inovadora e inventiva para encontrar as soluções desejadas.

Longe de saber qual é o melhor caminho para cada um de nós nos prepararmos para lidar com os problemas complexos. Suspeito que precisamos evoluir e aguçar mais a nossa capacidade para lidar com números, raciocínio matemáticos, etc. para treinar o nosso cérebro a encontrar soluções de problemas labirínticos. É só observar de onde estão vindo os maiores avanços tecnológicos, ou quem são os profissionais que estão mais avançados e melhor preparados para lidar com a complexidade. Quem sabe esta seja uma boa pista a ser seguida?

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