quarta-feira, 20 de abril de 2016

QUAL É O PERFIL DO PROFISSIONAL NA ERA DIGITAL?



Acredito que muitas pessoas têm essa pergunta na cabeça. Sinto e percebo que muita coisa mudou. A tecnologia avançou de uma forma expressiva, mas parece que as organizações ainda estão presas aos modelos oriundos da era industrial. Conheço muitas empresas tidas como modernas, mas quando se fala que as pessoas poderão trabalhar de home office, os líderes piram. Ainda existe aquele desejo de controlar as pessoas de forma presencial. Esses líderes precisam ver seus colaboradores chegando e saindo do trabalho fisicamente. É a síndrome do sentimento de posse. De alguma forma, não importa muito se eles serão mais produtivos trabalhando em casa, evitando perda de tempo no trânsito, duas horas para almoçar, etc. A presença acaba sendo mais importante do que a produtividade.

A dinâmica do mundo moderno requer uma agilidade enorme porque a cada minuto as coisas estão se alterando e se transformando. Assim é o mundo digital, porque é muito fácil fazer alterações, correções, inovações, e etc. Quando falamos das grandes organizações, ainda temos modelos de gestão que não conseguem refletir esta nova realidade. Um exemplo disso são os modelos de gestão de metas e objetivos. A grande maioria das empresas organizadas têm algum tipo de modelo de gestão deste assunto. No começo do ano se estabelece as metas e objetivos. No meio do ano se faz a revisão das metas (Midyear Review) e no final do ano se faz a avaliação dos resultados. Não tem nada errado com este modelo, pois ajuda as pessoas a terem foco, objetivos, metas, etc. Só que a dinâmica do processo não acompanha mais a dinâmica dos acontecimentos. Se partimos da premissa de que as coisas mudam numa velocidade gigante, como este processo pode sobreviver neste formato? É bem provável que, quando as pessoas terminem de fazer as suas metas, elas já estão totalmente desatualizadas. No meio do ano, nem adianta revisar, porque muita coisa mudou. É preciso desenvolver modelos mais dinâmicos que reflitam a necessidade do negócio, e não a necessidade da burocracia. E isto é possível de ser feito, exatamente pelo fato de termos hoje a tecnologia a nosso favor. É possível movimentar milhões em dinheiro entre vários Países, em questão de segundos. As informações e pesquisas num Google podem ser realizadas também num piscar de olhos. Sem falar de outros métodos produtivos ou não, dentro das organizações, que também sofrem desta síndrome do passado bem-sucedido.

Não podemos continuar cuidando desses processos usando os mesmos conceitos, e muitas vezes ferramentas, que já ficaram obsoletas. Precisamos mudar o nosso “mindset” e nos inserirmos pra valer em termos de modelo de gestão na era digital. Não podemos continuar tirando fotografias em máquinas cujo filme precisa ser revelado, e isso leva uma semana para acontecer. Não há problema em fazer isso desde que o seu  concorrente não o faça numa câmera digital. Caso contrário, advinha quem vai ter a fotografia pronta, no menor tempo e com melhor qualidade para mostrar? Não podermos mais dirigir o carro só olhando para o retrovisor.

Vivemos a era da inovação e isto significa que precisamos educar os nossos colaboradores nas organizações dentro de uma cultura que reflita essa desejada inovação. Se os modelos e a nossa cultura continuam reproduzindo os moldes do passado, fica muito difícil educarmos os nossos colaboradores para que pensem e ajam de forma diferente. Isso é muito louco! É como querer que uma pessoa, que está numa escola militar, pense e aja de forma indisciplinada, não hierárquica e desorganizada. É desejar que uma criança, que não tenha nenhuma educação em casa se torne um adulto educado no futuro. Para que as organizações consigam avançar em inovação e criatividade, devem pensar fora da caixa. É preciso provocar verdadeiros “breakthrough” na sua forma de pensar, agir e gerir o seu negócio.

Em resumo, assim como as organizações precisam rever urgentemente os seus modelos de gestão e a cultura que desejam para o futuro, os colaboradores igualmente precisam ficar mais atentos, a qual perfil e competências serão requeridas para esta nova era. A má noticia é que, tanto a empresa como os colaboradores, terão que se reinventar, estudar e se transformar o tempo todo. A boa notícia é que, ao fazer isso, usaremos o melhor do nosso potencial humano e empresarial para agregar valor aos negócios e à sociedade como um todo. Tomar risco e pensar fora da caixa é muito difícil, mas os benefícios para o mundo e para o progresso não têm preço. Se chegamos onde estamos é porque pessoas se atreveram a pensar de forma diferente e desafiaram o status quo e o que era impossível.

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