quarta-feira, 12 de agosto de 2015

EU TAMBÉM JÁ FUI GERAÇÃO Y



Nunca um tema foi tão discutido e falado como a questão das novas gerações. Surgiram as classificações de gerações como Millenium, Y, X, Baby Boomers, e Tradicionalistas. Essas classificações foram feitas baseadas no período de nascimento das pessoas. Para cada período foi determinado uma terminologia do ponto de vista de geração.
Para cada uma dessas gerações, definiram uma série de características, especialmente de comportamentos, valores, e atitudes que são inerentes aos indivíduos de cada uma dessas “classificações”.
Há alguns anos atrás em função do crescimento da economia mundial, e a perspectiva de aposentadoria das gerações Tradicionalistas e Baby Boomers, despertou em muitas pessoas a reflexão e a preocupação sobre as novas gerações. O avanço da tecnologia da informação, trouxe uma preocupação adicional de como as gerações mais velhas conseguiriam lidar com isso versus as gerações mais novas, que já nascem neste novo ambiente tecnológico.
A grande reflexão em torno deste tema poderia ser traduzida como o “duelo” entre o “Eterno” e o “Moderno”. Do ponto de vista de comportamentos, os valores fundamentais e universais, como ética, experiência, honestidade, etc., pouco tem a ver com a modernidade. Num determinado momento muita gente confundiu essas duas coisas, inferindo que a “modernidade” poderia substituir os padrões universais e permanentes de comportamento. Felizmente a tempo isso foi percebido, e a tecnologia foi encarada como uma ferramenta excelente de produtividade, porém não substitui os valores essenciais do ser humano.
Partindo dessa premissa, na minha visão, todas as pessoas transitarão pelas várias gerações à medida que o tempo passa. Portanto muitas coisas eu arrisco dizer que são “geracionais” e não uma característica permanente de alguém que nasceu numa determinada época.
Quando olho para trás na minha vida pessoal e profissional me identifico em vários momentos com as gerações Y, X, etc. Ou seja, já fui também Geração Y em algum momento da minha vida. Eu desejava crescer rápido profissionalmente, tinha um foco muito grande no meu desenvolvimento, e buscava evoluir na carreira o mais rápido possível. Tinha muita ambição para melhorar a minha remuneração, e muitas vezes me via impaciente porque as coisas não aconteciam na velocidade que eu gostaria. A possiblidade de trocar de emprego para ganhar mais, ou crescer na carreira, era algo que estava também sempre no radar. Tinha um desejo grande de trabalhar e ter uma experiência no exterior, algo que aconteceu duas vezes na minha vida. Eu tinha certeza que isso alavancaria a minha carreira, o que de fato aconteceu.
Tudo isso não era só um privilégio meu pois eu via muitos colegas com o mesmo pensamento e desejos que eu tinha nas várias fases da minha vida profissional ou porque não dizer “vida geracional”. Muitas coisas se repetem do ponto de vista de comportamento, atitude e valores, obviamente com roupagens novas, momentos e desafios diferentes. O mundo evolui, inovações ocorrem a todos os momentos, e as gerações precisam se apropriar e se desenvolver dentro destes novos contextos.
O maior desafio que temos é fazer com que todas as gerações ou as pessoas em “momentos geracionais” diferentes compreendam que um precisa do outro. É assim que caminha a humanidade. São as várias descendências se mesclando, combinando, convivendo e aprendendo uns com os outros. Se as organizações entenderem isso e criarem ambientes propícios para que a convivências das gerações se somem e não se dividam, certamente essa diversidade trará grandes benefícios para todos.
Cada geração tem um papel importante para as demais. Basta ver o que acontece na genealogia, formada por avós, pais e filhos. Dá para imaginar uma família sem essa composição? São diferentes sucessões que se complementam e são essenciais para o bom desenvolvimento humano de todos. A compreensão do papel de cada geração, e a convivência entre elas é a maior riqueza que o ser humano pode ter.

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