terça-feira, 18 de agosto de 2015

QUEM NUNCA PENSOU EM TER UM NEGÓCIO PRÓPRIO?


Este pensamento,segundo alguns pesquisadores, ronda a cabeça da maioria dos Brasileiros, especialmente em tempos de crise, em que o emprego fica mais escasso e esta possibilidade parece ainda mais interessante. É sempre tentador imaginar ter um negócio próprio e poder ter mais liberdade, autonomia, e não ter um chefe para cobrar a todo instante pelos resultados. A impressão que se tem é que o trabalho próprio permite mais flexibilidade e mais tempo, do que o trabalho como empregado vinculado a uma organização. Há uma certa ideia imaginária de que trabalhar por conta própria é mais motivador do que quando se trabalha para alguém numa empresa.
Por outro lado, as estatísticas mostram que nos primeiros dois anos de existência, cerca de metade das empresas que foram criadas, acabam. Ou seja, muitas pessoas neste período desistem de tocar adiante o seu empreendimento por várias razões. Tudo indica que não parece ser tão fácil criar e gerir uma empresa por conta própria. Há uma grande distância entre o sonho e a realidade.
Como sabemos a vida é feita de escolhas. O que faz uma pessoa escolher seguir o caminho de um negócio próprio versus uma outra pessoa que decide seguir a sua carreira ou trabalho, porém vinculado a uma organização? Essas são decisões muito difíceis de serem tomadas em qualquer tempo da nossa vida. São muitos os fatores que nos levam a escolher estes caminhos. Sem a pretensão de esgotar esta reflexão, tentarei enumerar alguns pontos que julgo crítico para esta tomada de decisão.
Começarei pela personalidade e o perfil da pessoa. Existem pessoas que precisam ter a segurança de um emprego para poder ter certeza de uma renda garantida mensalmente. Não gostam de arriscar, e muitas vezes em função do seu histórico pessoal e familiar, optam por uma vida teoricamente mais segura através do emprego. Gostam de estar vinculadas a uma determinada organização, e valorizam pelo fato de pertencer a ela, como se fora uma associação, um clube, ou uma agremiação.
A personalidade da pessoa neste caso tem também um papel preponderante. Existem pessoas que não gostam de arriscar, são mais contidas e prudentes e por conta disso preferem uma atividade empregatícia. Há aquelas que inclusive preferem fazer algum tipo de concurso público, onde em teoria ela terá ainda mais segurança e estabilidade. Sabem que talvez a carreira tenha uma progressão mais lenta, e que talvez o ganho seja mais limitado, mas assim mesmo preferem esta situação do que a instabilidade e a imprevisibilidade.
Do outro lado existem pessoas que também por personalidade, e outros fatores, preferem correr mais risco e se dedicarem a uma atividade empreendedora. Não se preocupam com a estabilidade, pois acreditam que através do empreendimento possam ganhar mais e se realizarem mais também. Liberdade e criatividade empreendedora são características dessas pessoas. Sabem que o risco faz parte do negócio e estão dispostas a recomeçarem, mesmo em caso de fracasso naquilo que estão fazendo. São geralmente visionárias e conseguem transformar os seus sonhos e desejos em ações práticas e realistas.
Como podemos perceber, estamos falando de indivíduos com estilos e personalidades bastante diferentes. Existem pessoas com personalidade empreendedora que durante muitos anos ficam vinculadas a um emprego. As razões podem ser diversas. Quando estudavam arranjaram um bom emprego, que possibilitou o crescimento na carreira, portanto supriu o desejo de tocar um negócio próprio. Isto também pode ter ocorrido para uma pessoa que desejaria fazer uma carreira numa empresa e o destino a levou a montar um pequeno negócio, sozinha ou com alguma outra pessoa e este negócio prosperou e arrefeceu o desejo ou possibilidade de uma carreira vinculada a uma organização.
Dá para perceber, que as possibilidades de carreira são muito variadas e nem sempre temos o controle do que acaba acontecendo. São fatores determinantes, a personalidade, valores, estilo pessoal, disponibilidade de recursos, oportunidade, formação escolar, ambiente familiar, e por aí afora.
Entretanto a pergunta que não quer calar é a seguinte: Qualquer um pode ter um negócio próprio? A minha resposta é sim. Porém terá sucesso ou será feliz no empreendimento? Esta é a questão... Antes de se lançar a esta ideia, sugiro que a pessoa faça uma profunda reflexão, fale com várias pessoas do seu relacionamento para certificar-se que tem o perfil adequado para ser dono de sua própria atividade. É muito comum especialmente quando se perde o emprego, ou quando a aposentadoria se aproxima, que este pensamento se intensifique. Muito normal e salutar.
Como vimos, existem algumas características que precisam ser avaliadas para que uma pessoa decida empreender. A pessoa deve responder algumas perguntas, tais como: Eu tenho um perfil pessoal para liderar um negócio próprio? Eu sei exatamente o que desejo empreender? Eu tenho as competências necessárias para este empreendimento? Eu posso fazer isso sozinho ou preciso me juntar a alguém? Eu me sinto à vontade correndo risco no meu negócio? Eu serei feliz fazendo este tipo de trabalho? Essas e outras várias perguntas podem ajudar nesta reflexão para seguir adiante com este projeto.
No mais, só posso desejar boa sorte e sucesso, seja qual for a sua escolha!!

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