quarta-feira, 10 de junho de 2015

NEM TUDO QUE RELUZ É OURO



Outro dia eu estava lendo um artigo no jornal que fazia uma reflexão sobre organizações que se intitulam “humanas”, mas que fazem coisas que desafiam a ética, a moral,etc. Ora, em princípio toda organização é “humana”, por isso precisamos tomar cuidado com esta generalização.
Isso me faz lembrar dos Países que são verdadeiras “ditaduras”, mas que se definem como “democráticos”. Existem vários Países na América Latina, Europa e Oriente Médio que fazem a apologia da democracia, mas as pessoas não mandam nada, e são governadas com mãos de ferro. Às vezes até, estas mãos não são tanto de ferro, para disfarçar, e ninguém perceber as ações dos líderes governamentais.
Da mesma forma, tem muita organização que se diz “humanista” voltada para as pessoas, mas que na verdade age de maneira completamente diferente. Ser uma empresa “humanista” não é só em relação aos seus empregados, mas também com seus fornecedores, clientes, governo, sindicato, enfim a sociedade como um todo. Não vale fazer negócios a qualquer preço com a alegação de que os meios justificam os fins.
Aliás, ultimamente estamos vendo no Brasil uma enxurrada de empresas envolvidas em escândalos de corrupção, junto ao governo e empresas estatais. Fico me perguntando: Será que essas empresas e governantes não se dão conta de que ao praticar estes atos de corrupção, estão tirando recursos que deveriam ir para a educação, saúde, segurança, etc.? Que isto é um ato desumano?  Eu tenho certeza de que muitas dessas empresas envolvidas nesses mal feitos, se acham “humanistas”, voltada para o bem das pessoas, da sociedade, etc. Aqui vale aquele dito popular. “Não existe mulher meia grávida”.
Eu prefiro trabalhar numa organização que seja muito focada nos negócios, que o ambiente seja exigente, até “rigoroso” com as pessoas, mas que tenha práticas de negócios legítimas, éticas, e jogam o jogo dentro das regras de negócios. Os gestores deveriam se preocupar mais com estes aspectos, do que muitas vezes outros assuntos que são de menor importância do ponto de vista da sociedade. A sustentabilidade de um negócio ou mesmo de um País depende da postura dos seus líderes, e da seriedade na condução das suas ações.
Tive a oportunidade de morar a trabalho duas vezes nos Estados Unidos. É o País símbolo de alguma forma da democracia. Não que seja tudo perfeito, e que não tenha nenhum problema. O fato é que para funcionar, todos têm que respeitar as leis, e não existe nenhum direito individual que sobreponha o direito coletivo. Às vezes, para fazer com que isso aconteça, as leis são duras, rigorosas com as pessoas, e não há privilégios para ninguém. A sensação para quem vem de fora é de que não há “muita liberdade”, e que é bom seguir tudo direitinho para não se meter em confusão.  É uma sociedade competitiva focada nos negócios, e muitas vezes até percebida como “fria” do ponto vista comportamental, o que não é uma verdade. Ou seja, para muitos, não é tão “humanista”. O fato é que um País ou uma organização para ter sucesso, precisa ter disciplina e regra que se aplica para todos, pois caso contrário não chegará lá.
Em resumo, nem tudo que reluz é ouro. Precisamos  ter cuidado com estes modismos que andam por aí, que podem nos induzir a conceitos equivocados, na minha opinião de “humanismo”. Organizações militares feitas para a guerra são “humanistas”.  Ter foco no empreendimento seguindo as leis, a ética, e praticando atos honestos, além de cuidar dos empregados, e dos “stakeholders” é que são verdadeiramente “humanistas” do ponto de vista de uma sociedade.  


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