quinta-feira, 19 de março de 2015

EM TEMPOS DE CRISE : CHORAR OU VENDER LENÇOS?


Vocês lembram de algum momento no Brasil, em que a vivemos tranquilos, sem preocupações, a economia prosperando, sem inflação, sem juros altos, taxa de câmbio equilibrada e por aí afora? Difícil de lembrar nestes últimos 50 anos algum momento mais contínuo que pudéssemos sentir uma certa estabilidade, e relaxarmos porque estava tudo caminhando muito bem.
Todos os anos, tem sempre algo que nos ameaça. Quando a crise não é interna, ela é externa. Quando a economia está crescendo, tem a ameaça constante da inflação. Basta ver o que aconteceu com os preços dos imóveis nos últimos anos. Se fizermos uma reflexão destes últimos anos, entra ano e sai ano sempre tem uma crise no horizonte. Nas empresas, a perspectiva de crise ou de grandes desafios anualmente, já é “default”. Não me recordo nenhum ano nestas várias décadas, um que fôsse tranquilo, ou com perspectivas muito positivas. Era sempre a mesma conversa. “Este ano foi bom, mas o próximo ano......” mesmo com crescimentos expressivos.
Como Economista , eu também tenho a tendência de ver as coisas de uma forma mais conservadora e com preocupação. Claro, as variáveis são enormes, e isso nos apavora. Por outro lado também aprendi que dentro da Economia de um País, existem várias Economias (Agrícola, Industrial, Comercio, Serviços, etc.). Algumas delas terão os mesmos problemas num determinado período. É só ver o que está acontecendo este ano com a Industria Automobilística e o Setor da Construção Civil. Por outro lado, com certeza terão setores que crescerão. Quer um exemplo? Tenta alugar um salão de eventos em São Paulo. Tem lugares que já têm reserva por 3 anos, e os preços são inimagináveis. O agronegócio e as áreas de commodities, especialmente os voltados para a exportação, certamente terão um bom ano, em função da melhoria do setor externo e da desvalorização do real.
Portanto em qualquer momento da Economia de um País existirão aqueles que “irão vender lenços, e outros que irão chorar....”. Por isso o melhor a fazer é obviamente escolher o lado dos que vendem lenços. Claro, que não quero com isso minimizar os momentos de crise pelo qual o nosso País está passando ou já passou. Tudo isso causa muita ansiedade e inquietação. Não é tão simples assim. Entretanto, como dizia um amigo meu : ”quem não tem visão histórica, vai ter visão histérica....” e isso exige  muito cuidado. O “efeito manada” num momento de crise, pode ser devastador. Muito mais pela percepção, do que pela realidade em si.
Dentro deste cenário, tanto as pessoas como as empresas precisam ter cautela para gerenciar este clima dentro das organizações. O mais comum é sair cortando custos e despesas sem uma análise mais cuidadosa. O perigo é eliminar coisas que podem ser essenciais e prejudicar a empresa a médio e longo prazo. Ouvi uma frase que cabe bem neste contexto: “as empresas cortam as pernas para economizarem sapatos, e depois descobrem que não conseguem andar.....”
Outro aspecto importante neste cenário é a Liderança nas organizações. Afinal são eles que dão direcionamento e ritmo, e passam a mensagem para os liderados. Momentos difíceis exigem a postura do “Líder” e não do “Chefe”. O Líder sabe como ninguém equilibrar todas as variáveis e manter o time unido para vencer os obstáculos, afim de superar as dificuldades. Felizes as empresas que souberam desenvolver a sua Liderança, pois certamente triunfarão em qualquer circunstância.

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