quarta-feira, 29 de junho de 2016

ERRAR É HUMANO, MAS ACERTAR É AINDA MAIS HUMANO


Tive um chefe, numa das empresas em que eu trabalhei, que usava esta frase para passar a mensagem de como ele pensava. Na verdade, isso traduzia o seu estilo de liderar e a sua expectativa em relação aos seus liderados. Em algum momento, seja na vida pessoal ou profissional, todos poderão cometer algum tipo de erro, e o mais importante é aprender com eles. Aliás, aprendemos mais com as nossas falhas do que, muitas vezes, com os nossos acertos. No mundo corporativo, que muitas vezes precisa de pessoas com um perfil mais agressivo, inovador, tomador de risco, há também uma maior possibilidade de erros. No final, o que mais importa é a quantidade de acertos versus os erros. Se o balanço for positivo, a vida segue, e o resultado é bom.

Tive um outro chefe que dizia: “só não erra quem não faz nada”. Aqui entre nós, é a pura verdade. Se a pessoa não arrisca nada, não produz ou busca caminhos melhores na sua vida pessoal ou profissional, obviamente não há risco de errar. Porém também é uma vida inútil e que não contribui com nada. A cultura dessa empresa onde trabalhei, tinha este dizer como lema. Ou seja, tome risco, busque novos caminhos e alternativas, inove, e assim por diante. Eles sabiam que ao estimular as pessoas a saírem da sua zona de conforto, aumentava o risco de erros, mas no final o resultado seria positivo. Existem muitas histórias de grandes inventores, como Thomas Edison, que para chegar no resultado final que conhecemos, fez mais de 100 tentativas sem sucesso e com muitos erros, mas conseguiu chegar ao seu objetivo, que foi inventar a lâmpada.

Uma outra chefe que eu tive quando trabalhava nos Estados Unidos, encarava as possibilidades de erros de uma forma bastante interessante. Ela dizia: “Temos sempre mais coisas para fazer ou cuidar, do que conseguimos”. Ela fazia uma analogia com várias bolas no ar, e a pessoa tendo que controlar todas elas. Dizia que algumas dessas bolas eram de vidro e outras de borracha. Como era impossível controlar todas, então ela falava: “Controle as bolas de vidro, essas não podem cair. As de borracha, mesmo que caiam, depois podemos resgatá-las”. Com esta comparação, ela passava a mensagem de que existiam situações em que não é tolerável o erro, porque o estrago é muito grande. São as bolas de vidro. Outras situações em que o estrago não era tão grande, ela se referia às bolas de borracha. Ela estava correta. No mundo profissional e no pessoal, existem erros que são toleráveis, e contornáveis. Porém existem outros descuidos que, se cometidos, não tem retorno e a consequência é grave.

É interessante também notar como as culturas de diferentes Países são distintas para lidar com o erro. Nos Países Europeus ou mesmo nos Estados Unidos, a definição do que é certo ou errado é muita clara. As pessoas quando erram assumem o erro, e isto é visto como um processo de aprendizado. Ou seja, quando a pessoa diz que cometeu um equívoco, é porque está consciente do que fez, e existe grande possibilidade de que ela não venha a cometer este deslize novamente. Se eu tenho consciência do meu erro, obviamente eu vou me preparar melhor, para que isso não ocorra novamente. Esta é a cultura nestes Países. Lidam com a falha como um processo de aprendizagem. Tanto isto é verdade que, nas cortes Americanas, a primeira pergunta que um Juiz faz para o réu é se ele é culpado ou não. Achamos graça disso, pois parece muito ingênuo. O que está por trás desse questionamento, é saber se o réu tem consciência do erro que cometeu. Ao se declarar inocente e depois confirmar que é culpado, há um agravamento da pena. O fundamento neste caso, é que a pessoa não aprendeu com o seu desacerto, ou tentou enganar a sociedade, o que é intolerável.

Em resumo, devemos aprender com os nossos erros para que os números de acertos, ao longo da nossa vida, sejam muito maiores. Quanto mais conscientes formos dos nossos enganos, e aprendermos com eles, certamente maior será a nossa chance de sucesso. Afinal errar é humano, mas acertar ainda é mais humano....

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