terça-feira, 6 de outubro de 2015

DECRETARAM O FIM DO EMPREGO: E AGORA O QUE EU FAÇO?

DECRETARAM O FIM DO EMPREGO: E AGORA O QUE EU FAÇO?

Você já imaginou se isso acontecesse para valer? O que você faria da sua vida se fosse decretado o fim do emprego? Aliás, o emprego da forma que conhecemos é algo relativamente novo. Foi uma modalidade de trabalho criada principalmente na era industrial. O fato é que nos acostumamos de tal forma que pensamos que este tipo de relação de trabalho, sempre existiu na humanidade. O que não é verdade. Antes da era industrial, o trabalho era realizado em pequenas propriedades agrícolas, ou feito de forma artesanal. Ou seja, haviam os artesões que passavam o seu ofício de pai para filho. A modernização dos processos na era industrial é que fortaleceu este conceito de emprego que conhecemos.

Mas vamos ao que interessa... Decretaram o fim do emprego? E agora o que eu faço? Você já se fez esta pergunta? O que eu sei fazer, tenho competência e posso oferecer para as pessoas em forma de trabalho? Tenho certeza que muitas pessoas teriam dificuldades em responder esta pergunta. Trabalhamos muitas vezes em certas atividades, que fica difícil avaliar como este tipo de trabalho poderia ser “vendido” no mercado.

Muita gente constrói uma carreira sem ter consciência plena de quanto aquilo que faz agrega valor, ou é de fato útil para a sociedade. Muitas vezes isso é apenas uma percepção. Evidente que todo trabalho tem uma razão por existir e certamente agrega algo ao processo produtivo. Entretanto, muitas pessoas não têm consciência disso, e mais, não sabem como avaliar as competências que têm e que poderiam ser úteis e utilizadas de várias formas.

Temos muitas vezes uma visão burocrática do nosso trabalho, que dificulta uma avaliação mais criteriosa de quanto aquilo que fazemos é útil e produtivo. Portanto, se decretarem o fim do emprego, a sensação é de que estaremos num mato sem cachorro. Ou seja, não sobreviveremos com aquilo que aprendemos e desenvolvemos ao longo da nossa vida profissional. Isso é apenas uma percepção imediata, que pode nos apavorar num primeiro momento.

Por esta razão eu recomendo que todo profissional faça uma análise do seu trabalho, das suas competências, das suas experiências e principalmente, que tenha uma visão de como este conjunto de coisas podem se aplicados ao trabalho nas suas várias formas, tanto no curto como no longo prazo. Muitas vezes em momentos de crise, onde há redução do emprego, as pessoas acabam tendo muitas dificuldades de se recolocarem numa nova atividade. Não há nada errado com elas. É uma circunstância momentânea do mercado. Às vezes, se a crise é mais profunda, o problema não é mais apenas conjuntural, mas sim estrutural. Pode ser que aqueles empregos que existiam num determinado modelo econômico, não existam mais.

Outro fator que pode reduzir os empregos, ou modifica-los radicalmente, são os avanços da tecnologia. Nada que podemos fazer, pois seria impossível frearmos o progresso, mas podemos nos preparar e nos adaptar para estas evoluções que são incontroláveis. Há muitos anos atrás quando eu trabalhava na indústria automobilística, me recordo que havia uma profissão nobre. Eram os Ferramenteiros. Os que desenhavam as peças dos automóveis que depois seriam moldadas, fundidas ou prensadas para a fabricação do carro. Estes desenhos eram feitos à “mão” e eram muito precisos, além de requererem longos anos de experiência. Com o advento da informática, foi desenvolvido um software de CAD-CAM, que substituiu com mais precisão o trabalho que os Ferramenteiros realizavam à mão. Foi um desespero, porque da noite para o dia o que era uma profissão nobre, foi substituída pela tecnologia. Obviamente que as pessoas foram fazer cursos, para se adaptarem às novas tecnologias, mas muitos profissionais não conseguiram e perderam os seus empregos. Este é apenas um exemplo do que pode acontecer no mercado de trabalho, independente de uma situação apenas conjuntural.

Resumindo, todos nós precisamos analisar e nos preparar para eventualmente trabalharmos num Plano B. Perdi o emprego, e agora o que eu faço? Como eu posso realizar um trabalho com as competências e experiências que tenho, e que podem me gerar renda e trabalho por um tempo? Muitas vezes, e para muitas pessoas, o que era um Plano B, acaba virando um Plano A. Para isso acontecer de uma forma tranquila é importante que se faça uma reflexão e sobretudo se pense e se prepare para ter um Plano B. Nunca se sabe o dia que poderemos precisar colocá-lo em prática.

Os empregos podem reduzir, mudar, se transformar, mas sempre haverá necessidade de alguém fazer algum ofício. Seja ele mais operacional ou tecnologicamente mais avançado.

E você está preparado no caso de decretarem o fim do emprego?

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