quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A FOTOGRAFIA DO BRASIL EM PRETO E BRANCO


O Brasileiro é por natureza otimista e generoso. Essa é a nossa cultura e o nosso jeito de ser. Ultimamente está difícil manter este otimismo e ter esperança de que as coisas mudem ou melhorem num prazo razoável. Os escândalos e a corrupção minaram as pessoas e os empresários, gerando uma sensação de desânimo geral. Por outro lado, a impressão que se tem é que não há uma liderança política capaz de reverter este quadro. Muitas vezes este sentimento parece algo de pensamento ou de contaminação negativa pelos comentários das pessoas ou mesmo dos noticiários das TVs e do Jornais. Infelizmente não é apenas percepção, mas realidade através de fatos e informações concretas.

Foi publicado ontem pelo Fórum Econômico Mundial, o Relatório Global de Competitividade 2015-2016. O Brasil caiu da 57ª para a 75ª posição. Praticamente voltamos aos níveis de 2007, depois de termos avançado um pouco nos últimos anos. Independentemente da classificação neste ranking, fica claro que o Brasil está perdendo para si próprio em termos de competitividade. A deterioração da Economia Brasileira nos últimos anos, somados à corrupção e ao modelo político, tem nos levado ladeira abaixo. Quando a posição Brasileira é avaliada dentro dos pilares de competitividade esta é a situação:

- 128º Eficiência do mercado de bens
- 122º Eficiência do mercado de trabalho
- 121º Instituições
- 117º Ambiente Econômico
- 103º Saúde e Educação primária
- 93º Educação superior e treinamento
- 84º Inovação
- 7º Tamanho do mercado

De todos estes indicadores de competitividade só nos salvamos no tamanho do mercado, que é algo quase natural tendo em vista a dimensão do País. Nos pilares de competitividade que precisam de uma forte atuação humana, quase todos os indicadores são muito ruins, quando comparados com outros Países no mundo.

Nos últimos anos fomos iludidos de que o Brasil tinha de fato decolado como País emergente de ponta, mas agora percebemos, de forma cada vez mais clara, que o nosso voo foi de galinha e não de fato de um pássaro, do ponto de vista econômico e social. Fizeram uma enquete aos empresários para saber quais são os principais problemas para fazer negócio no Brasil. O primeiro fator citado foi os impostos, seguido por restrições trabalhistas e em terceiro lugar a corrupção. Outros fatores também foram citados como a infraestrutura inadequada, ineficiência e burocracia estatal, e complexidade tributária.

Soma-se a estes dados, outros elementos como taxa de juros, inflação e taxa de câmbio muito altas, temos um ambiente que está sendo chamado da “tempestade perfeita”. Não podemos nos iludir com conversas populistas, quando os fatos e dados são claros do porque o nosso País está passando por tantas dificuldades.

Este ambiente econômico causa desconfiança e insegurança naqueles que querem fazer investimentos produtivos, que possam nos tirar desta situação, e fazer crescer a nossa economia, gerando mais empregos. Precisamos ter um projeto novo para Brasil, porque apesar de tudo que está ocorrendo, somos uma Economia importante e crítica para o resto do mundo. Temos um mercado com dimensões que poucos Países no mundo têm. Na Agricultura somos o grande celeiro do mundo.

Precisamos sobretudo resgatar o nosso otimismo, aumentar a nossa autoestima pois temos um potencial de crescimento muito grande. Só dependemos de nós mesmos para desarmarmos esta armadilha da competitividade. Precisamos resgatar a visão coletiva, abrindo mão do nosso egoísmo individualista que tanto mal tem nos feito como nação. Especialmente no que tange à corrupção. Não podemos mais aceitar maus Brasileiros que só pensam em si, e destroem uma nação que é de muitos.

O nosso álbum precisa de fotografias coloridas, para resgatar a nossa alegria e nossa esperança que tanto nos caracteriza como nação.

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