quinta-feira, 3 de setembro de 2015

QUANDO A ECONOMIA ESFRIA O EMPREGO CONGELA

É exatamente isso que acontece... Quando a Economia esfria, há perdas de investimentos, queda da produção, queda do consumo e serviços, e com isso perda da geração de empregos. O contrário também acontece, e é quando há efetivamente geração de emprego porque a economia está em ascensão. Como uma grande parte da população depende de emprego para viver, a situação da Economia Brasileira é muito ruim. Esta situação gera um clima de incerteza e insegurança, até porque quando uma pessoa perde o emprego ela não sabe quanto tempo levará para encontrar outro. E nem sempre as pessoas tem condições de fazerem reservas para sobreviverem durante estes períodos.
Outro efeito perverso é a queda da renda por conta de menor oferta de trabalho.
É a famosa lei da oferta e procura se manifestando. Se há menos procura por pessoas porque existem menos empregos, a tendência é que o pagamento ou a remuneração caia também. Nesta situação, vão haver mais pessoas disponíveis e estarão mais flexíveis para trabalhar por um salário menor. O contrário também é válido. Quando há escassez de pessoas ou talentos para determinados trabalhos, também o valor sobe por esta mesma razão.

Outro fenômeno que ocorre nestes casos é a perda do poder de barganha que têm os Sindicatos. As estatísticas este ano mostram que as negociações do primeiro semestre ficaram muito próximas da inflação. Não está sendo fácil negociar índices de produtividade acima da inflação. O que faz sentido. Se a Economia ou setor que uma determinada empresa pertence não está bem, não tem porque ter aumentos reais nessas condições. É muito mais salutar os sindicatos trabalharem para garantir o emprego, flexibilizando o que for possível do que lutar para aumentar os salários acima da inflação e gerar demissões em massa nas empresas.

Apesar de tudo isso, a nossa taxa de desemprego que está por volta de 7 ou 8%, ainda não é das piores. Há muitos países na Europa como a Espanha, Grécia e outros, que têm taxas de desemprego historicamente bem acima da nossa. Se olharmos estas taxas na faixa da população mais jovem, esta situação ainda é mais dramática. A falta de emprego para as gerações mais novas, pode comprometer o desenvolvimento de profissionais para o futuro.

A recuperação do emprego, passa necessariamente pela recuperação da atividade econômica. Se olharmos a economia Americana, que é a mais dinâmica do mundo, apesar de ter retomado o crescimento, ainda não recuperou plenamente os empregos que foram perdidos durante a crise à partir de 2008. Entretanto, há sinais claros de que os empregos estão voltando, e com isso também uma melhora da renda dos trabalhadores.

Do ponto de vista social é muito importante um País ter mecanismos de proteção ao trabalhador para enfrentar esses momentos transitórios de dificuldades. À vista da legislação, também é importante ter mecanismos que permitam às empresas reduzirem salários, jornadas e fazerem lay-offs sem precisar demitir as pessoas, e por aí afora. Toda flexibilização possível nestes momentos devem ajudar a minimizar, tanto os custos para as empresas, como atenuar a situação de renda e emprego para os trabalhadores. Sem falar em outros benefícios importantes como assistência médica, etc. As empresas que adotarem essas práticas, além de ajudar o País e as pessoas, estarão ajudando a si própria, permitindo que essas pessoas permaneçam ativas durante o período de crise. Quando a crise acabar esta mão de obra estará preparada para retomar de forma plena o trabalho.

Do ponto de vista das pessoas, é preciso entender que não tem nada errado com elas no que se refere à experiência, competência, etc. Quando um País enfrenta um desequilíbrio econômico conjuntural, como estamos neste momento enfrentando, há muito pouco que se possa fazer em relação à geração de empregos, do ponto de vista pessoal. Muitas pessoas neste momento buscam trabalhos e atividades temporárias para ajudarem na renda familiar, o que é muito positivo. Assim que a conjuntura melhorar, terão condições de retornarem ao mercado de trabalho.

É importante lembrar que esta situação faz parte dos ciclos econômicos naturais que a maioria dos Países passam, em maior ou menor intensidade. Há momentos de crescimento acelerado em que acabam faltando pessoas para as necessidades do País. Nessas circunstâncias muitas vezes o País tem que buscar mão de obra no exterior. Isso é muito comum nos Países desenvolvidos. Entretanto não é uma prática corriqueira e natural.

O mundo se globalizou mas lamentavelmente ainda não avançou de forma mais ampla e plena em relação a trabalho e emprego. Se hoje tivéssemos uma globalização plena, muitas pessoas que estariam perdendo emprego num determinado País poderiam buscar o emprego em outra Nação onde houvesse escassez de mão de obra. É exatamente isso que acontece com o capital financeiro, com a produção com os mercados, etc. Porque este modelo não poderia ser aplicado à mão de obra? Quantas oportunidades poderiam existir, e quantos benefícios teríamos para os Países e para a sociedade como um todo?
O direito ao trabalho deve ser um valor universal praticado por todos, pois isso permite ao ser humano uma vida digna, mesmo em momentos transitoriamente difíceis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário