Comecei a me
interessar e a praticar o processo de coaching executivo há muitos anos. Quando
eu era Diretor de RH em grandes multinacionais, percebia a quantidade de
pessoas que me procuravam para conversar sobre o seu desenvolvimento e/ou da
sua carreira. Desde sempre as pessoas têm a grande preocupação de estarem
permanentemente se desenvolvendo, ou avaliando o que estão fazendo para ter
certeza de que caminham certo na sua carreira. Hoje, mais do que nunca, as
pessoas se preocupam com a sua empregabilidade e isso está diretamente ligado a
quanto elas investem no seu próprio desenvolvimento. Talvez esta seja uma das atividades mais
críticas numa empresa, com relação a gestão de pessoas, até porque a dinâmica
de mudanças é muito rápida, e exige que as pessoas estejam tempo integral
cuidando do seu aprimoramento.
O processo de
Coaching pode ser aplicado a vários temas e assuntos do desenvolvimento humano,
mas eu gostaria de abordar a importância deste processo do ponto de vista de
melhoria e do avanço da carreira. Faço aqui uma ressalva: embora esteja falando
deste processo como apoio ao desenvolvimento para a carreira, não se trata de
um processo de “mentoring”. Este tem como foco principal a melhoria a carreira propriamente dito. Algumas pessoas se preocupam exclusivamente com a trajetória
profissional, mas muitas vezes acabam pecando porque não cuidam adequadamente
do seu desenvolvimento, que em última análise será o grande fator de crescimento.
Além de toda a
metodologia que este processo requer, é muito importante escolher um
profissional que tenha uma larga experiência em gestão de pessoas e que já
tenha vivenciado muitas situações. A riqueza da discussão, muitas vezes tem
mais a ver com a experiência vivida do que com a metodologia propriamente dita,
especialmente quando o foco é trabalhar o desenvolvimento profissional com o
objetivo de melhorar o desempenho e as condições para o crescimento. Ter um
fórum externo de discussão profissional é extremamente agregador de valor para
o profissional, que busca corrigir algumas competências e alguns
comportamentos. É muito difícil um profissional conseguir fazer uma autoanálise
ou uma autocrítica. Uma visão externa, e que não tenha nenhuma relação
profissional direta, permite que este fórum seja isento de influências, ou de
paradigmas pré-estabelecidos, condições muitas vezes essenciais para observar
de forma objetiva aquilo que precisa ser melhorado.
Em vários
momentos da carreira de um profissional, há questionamentos ou dúvidas com
relação ao desempenho numa determinada função, bem como quanto as competências
e os comportamentos mais adequados. Como a carreira é algo bastante dinâmico, o
processo de Coaching para melhorar o desenvolvimento é bastante adequado. Portanto,
se um profissional está no início, no meio ou mesmo na maturidade da sua
carreira, os benefícios deste processo são muito positivos e agregadores de
valor. Cito um exemplo que vivencio atualmente fazendo um processo de Coaching
para um profissional que tem 69 anos, e que buscou ajuda pois vai assumir
funções de maiores responsabilidades de liderança. As empresas têm percebido
claramente o benefício do Coaching no desenvolvimento dos seus profissionais em
vários momentos das suas carreiras. Como não é possível mais ter uma estrutura
interna de desenvolvimento e treinamento nas organizações, este apoio externo
se torna crítico para a melhoria do desempenho do profissional. Por outro lado,
da mesma maneira para o indivíduo, este processo agrega muito valor ao seu
desenvolvimento, para que possa construir uma carreira de forma sólida e
consistente.
A diferença
entre uma pessoa na sua profissão que é amadora e a outra que é profissional
tem a ver com o seu nível de preparação. A razão é simples, o nível de
exigência para um amador é completamente diferente de um profissional. Basta olhar
o que acontece no esporte: se o profissional quer jogar num time de liga
profissional e na liga principal, além de ter as competências e as habilidades
necessárias, vai precisar treinar e se desenvolver muito para entregar o
desempenho esperado pelo time. Isso é tão verdadeiro que nos Estados Unidos o
nome que se dá aos treinadores dos times profissionais é “Coach”.
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