Essa é uma máxima em Recursos
Humanos. Os processos seletivos sempre focaram mais em avaliar as competências
dos candidatos do que nos seus comportamentos e atitudes. Existem exceções, ou
seja, empresas que há muitos anos já perceberam a importância de avaliar a
postura, os valores e os indicadores de comportamento dos candidatos.
Entretanto, muitas pessoas ainda não se deram conta disso e acham que pelo fato
de serem graduados numa escola de primeira linha e trabalhado em boas
organizações, é suficiente para se qualificarem para uma posição numa empresa e
ter sucesso. Cuidado!!
No passado até seriam os fatores
mais relevantes, mas hoje as empresas estão muito mais preocupadas com os
valores das pessoas, o que elas agregarão à organização com as suas atitudes,
somadas obviamente às suas competências. Já não basta ser competente
profissionalmente se a pessoa não demonstrar valores, princípios e ética no
trabalho. O alinhamento dos valores pessoais com os valores da organização são
hoje fatores mais críticos de sucesso do que as competências técnicas
propriamente ditas.
Temos acompanhado nos noticiários
diários os escândalos e os resultados da corrupção nas Organizações, demonstrando
claramente a falta de ética, valores e princípios de muitos dirigentes. Isso não
é só uma situação do Brasil, mas mundial. A criação do conceito de “Compliance”,
tão popular nos dias de hoje, foi criado nos Estados Unidos em função de vários
problemas ocorridos por lá, por dirigentes com mal comportamento. A palavra
“Compliance”, traduzida literalmente, quer dizer “Conformidade”, que em nosso
idioma é um pouco vago. Na verdade, é conformidade com as regras do jogo, sejam
legais do ponto de vista da legislação, bem como as políticas corporativas da
organização. As consequências legais hoje são bem severas nos Estados Unidos,
bem como no Brasil. Essa talvez seja uma das maiores preocupações das empresas
nos dias de hoje: assegurar que os seus colaboradores atuem e ajam de acordo
com as regras legais e corporativas. A falta deste comportamento, de acordo com
o “Compliance”, pode acarretar consequências muito graves para a empresa e para
os seus dirigentes.
A sociedade não aceita mais uma
empresa apresentar resultados a qualquer preço, sem avaliar as consequências
das decisões dos seus dirigentes, seja do ponto de vista do negócio, do meio ambiente,
etc. Não basta apenas falar dos valores e dos princípios se estes não são
praticados pelos dirigentes e pelos colaboradores em geral.
Por esta razão, o bom profissional
precisa refletir que, não basta apenas ser competente tecnicamente naquilo que
faz se não tiver o comportamento e os valores adequados para exercer a sua
profissão. Cada vez mais a sociedade valorizará as empresas éticas, bem como os
profissionais que seguem estritamente os seus valores pessoais acima de tudo,
alinhado com os da organização, e que se traduzem em resultados e melhoria para
todos. Isso vale para as empresas privadas e muito mais para o setor público.
Até porque, não existe dinheiro público, mas sim dinheiro de todos os
contribuintes para o benefício da sociedade. Neste caso em particular, a
necessidade de se atuar de acordo com o “Compliance” é ainda mais crítico, por
se tratar de uma área coletiva.
Nestes meus 45 anos em RH, vi muito
mais pessoas serem demitidas ou promovidas por comportamento do que por
competência. Até porque, competência é mais fácil de avaliar, enquanto
comportamento pela sua natureza precisa ser vivenciado e identificado por
outros no dia a dia do trabalho.
Portanto, para ter sucesso no futuro,
invista no desenvolvimento das suas competências, mas invista ainda mais nos
seus comportamentos, valores e atitudes. É a união dessas duas coisas que as
empresas buscam e também é o caminho para um profissional triunfar.
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