Saber resolver
problemas complexos talvez seja a maior competência que todo profissional
precisará desenvolver para o futuro. A era industrial se caracterizou por adversidades
complicadas, mas a era digital trouxe um desafio maior, que é lidar com
problemas complexos. Se pudéssemos fazer uma analogia com o nosso tempo de
escola, poderíamos dizer que tivemos algumas matérias que eram complicadas, mas
outras como, física, química, matemática ou desenho geométrico, eram matérias
complexas. Em ambos os casos, sempre há um caminho e uma solução para a questão,
entretanto a preparação, o estudo e a profundidade sempre foram mais difíceis
quando lidávamos com as matérias complexas.
Se trouxermos estes
conceitos para os tempos de hoje, é mais ou menos o que estamos vivendo. Está
se ampliando o nosso leque de questões mais complexas do que complicadas. Esta
situação requer um aprofundamento maior no estudo, na dedicação, e na busca de
soluções. Basta lermos os jornais todos os dias para sentirmos como o mundo
ficou mais complexo. Os Países lutam com muito mais dificuldades para lidar com
os seus problemas econômicos, políticos e sociais. A competitividade e a
tecnologia ajudam por um lado, mas por outro trazem muito mais complexidade, e para
isso precisamos estar cada vez mais preparados. Nem sempre a experiência
passada nos ajuda a resolver os impasses atuais e muito menos os futuros. É
preciso nos prepararmos para aprender com os desafios futuros, mais do que com
a experiência passada. A vivência nos ajuda a lidar com o complicado, mas para
lidar com o complexo precisaremos nos preparar e nos treinar para o futuro. É
uma mudança de “mind set” muita mais complicada do que imaginamos, o que de uma
certa forma nos deixa um pouco angustiado. Até porque a velocidade das mudanças
é enorme e sensação que a maioria de nós sente, é que não conseguiremos
acompanhar esta evolução.
A pergunta que não
quer calar é: Como devemos nos preparar para lidar com todas estas complexidades?
Não sei responder esta pergunta, mas me atrevo a compartilhar algumas ideias. A
primeira delas é que no mundo acadêmico, precisamos desafiar mais o raciocínio,
do que a memória. O que eu quero dizer com isso : quando observamos o nível de
desafio mental e de raciocínio exigido nos cursos de exatas, comparado com
outros, talvez possamos entender esta lógica. Quando olhamos os Países que
estão crescendo de forma acelerada como a China, Índia, Coreia do Sul etc.,
observamos que estes Países estão investindo de uma forma mais intensa nos
cursos de ciências exatas. A maioria do mundo Ocidental, com raras exceções
como a Alemanha, está indo no caminho oposto. Outro dia ouvi um professor de
Harvard fazendo uma crítica muito forte ao ensino nos Estados Unidos. Ele dizia
que as coisas por lá só não estão piores por conta do visto H1-B, que é
fornecido a estes “gênios” do estrangeiro para trabalharem por lá. Ou seja,
mesmo um País como os Estados Unidos se vê obrigado a recorrer a outros Países
na busca, de pessoas e profissionais melhor preparados para lidar com um mundo
mais complexo. Muitos Países ainda estão
presos à formação acadêmica voltada para era industrial, que se caracterizava
fortemente por processos contínuos e repetitivos. Ainda não se deram conta de que
precisam mudar a grade escolar para a era digital, onde os problemas são
complexos e que precisam muito mais da capacidade inovadora e inventiva para
encontrar as soluções desejadas.
Longe de saber qual é
o melhor caminho para cada um de nós nos prepararmos para lidar com os
problemas complexos. Suspeito que precisamos evoluir e aguçar mais a nossa
capacidade para lidar com números, raciocínio matemáticos, etc. para treinar o
nosso cérebro a encontrar soluções de problemas labirínticos. É só observar de
onde estão vindo os maiores avanços tecnológicos, ou quem são os profissionais
que estão mais avançados e melhor preparados para lidar com a complexidade.
Quem sabe esta seja uma boa pista a ser seguida?
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