Nunca um tema foi tão discutido e falado como a questão
das novas gerações. Surgiram as classificações de gerações como Millenium, Y, X, Baby Boomers, e Tradicionalistas. Essas classificações foram feitas
baseadas no período de nascimento das pessoas. Para cada período foi
determinado uma terminologia do ponto de vista de geração.
Para cada uma dessas gerações, definiram uma série de
características, especialmente de comportamentos, valores, e atitudes que são
inerentes aos indivíduos de cada uma dessas “classificações”.
Há alguns anos atrás em função do crescimento da economia
mundial, e a perspectiva de aposentadoria das gerações Tradicionalistas e Baby
Boomers, despertou em muitas pessoas a reflexão e a preocupação sobre as novas
gerações. O avanço da tecnologia da informação, trouxe uma preocupação
adicional de como as gerações mais velhas conseguiriam lidar com isso versus as
gerações mais novas, que já nascem neste novo ambiente tecnológico.
A grande reflexão em torno deste tema poderia ser
traduzida como o “duelo” entre o “Eterno” e o “Moderno”. Do ponto de vista de
comportamentos, os valores fundamentais e universais, como ética, experiência,
honestidade, etc., pouco tem a ver com a modernidade. Num determinado momento
muita gente confundiu essas duas coisas, inferindo que a “modernidade” poderia
substituir os padrões universais e permanentes de comportamento. Felizmente a
tempo isso foi percebido, e a tecnologia foi encarada como uma ferramenta
excelente de produtividade, porém não substitui os valores essenciais do ser
humano.
Partindo dessa premissa, na minha visão, todas as pessoas
transitarão pelas várias gerações à medida que o tempo passa. Portanto muitas
coisas eu arrisco dizer que são “geracionais” e não uma característica
permanente de alguém que nasceu numa determinada época.
Quando olho para trás na minha vida pessoal e
profissional me identifico em vários momentos com as gerações Y, X, etc. Ou
seja, já fui também Geração Y em algum momento da minha vida. Eu desejava
crescer rápido profissionalmente, tinha um foco muito grande no meu
desenvolvimento, e buscava evoluir na carreira o mais rápido possível. Tinha
muita ambição para melhorar a minha remuneração, e muitas vezes me via
impaciente porque as coisas não aconteciam na velocidade que eu gostaria. A
possiblidade de trocar de emprego para ganhar mais, ou crescer na carreira, era
algo que estava também sempre no radar. Tinha um desejo grande de trabalhar e
ter uma experiência no exterior, algo que aconteceu duas vezes na minha vida.
Eu tinha certeza que isso alavancaria a minha carreira, o que de fato
aconteceu.
Tudo isso não era só um privilégio meu pois eu via muitos
colegas com o mesmo pensamento e desejos que eu tinha nas várias fases da minha
vida profissional ou porque não dizer “vida geracional”. Muitas coisas se
repetem do ponto de vista de comportamento, atitude e valores, obviamente com
roupagens novas, momentos e desafios diferentes. O mundo evolui, inovações
ocorrem a todos os momentos, e as gerações precisam se apropriar e se
desenvolver dentro destes novos contextos.
O maior desafio que temos é fazer com que todas as
gerações ou as pessoas em “momentos geracionais” diferentes compreendam que um
precisa do outro. É assim que caminha a humanidade. São as várias descendências
se mesclando, combinando, convivendo e aprendendo uns com os outros. Se as
organizações entenderem isso e criarem ambientes propícios para que a
convivências das gerações se somem e não se dividam, certamente essa
diversidade trará grandes benefícios para todos.
Cada geração tem um papel importante para as demais.
Basta ver o que acontece na genealogia, formada por avós, pais e filhos. Dá
para imaginar uma família sem essa composição? São diferentes sucessões que se
complementam e são essenciais para o bom desenvolvimento humano de todos. A
compreensão do papel de cada geração, e a convivência entre elas é a maior
riqueza que o ser humano pode ter.
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