Nestes últimos tempos tenho refletido muito sobre o que é
mais importante para as pessoas, organizações e Países. A palavra que vem a
minha mente é: Reputação. Algo tão difícil de se construir, mas muito fácil de
se destruir ou construir pelo lado negativo. As pessoas de um modo geral cuidam
mal desta pequena palavra, que representa muito. Aliás as organizações e os
Países também.
Quando eu era Diretor da Monsanto houve o acidente na Union
Carbide, em Bophal na Índia. Muitas pessoas morreram nesta cidade fruto do
vazamento de produtos químicos. A Carbide uma empresa multinacional gigante, nunca
mais se recuperou e anos mais tarde foi incorporada pela Dow Chemical. Outro
exemplo de empresa que perdeu a sua reputação, foi a Arthur Andersen. Esta
consultoria se viu envolvida no escândalo da Eron, e sucumbiu sendo
posteriormente incorporada pela Accenture. Existem vários exemplos de grandes
empresas que, por alguma razão, acabaram perdendo a sua respeitabilidade de boa
empresa, e desapareceram do mapa.
Neste momento, nos noticiários do Brasil, vemos várias
empresas envolvidas em escândalos como a Petrobras, e muitas Construtoras como
a Camargo Correa, Odebrecht, etc. cujas reputações foram fortemente abaladas
pelo mal comportamento dos seus dirigentes. Ninguém pode avaliar agora o quanto
elas serão afetadas, porém já perderam grandes valores no mercado pela queda de
preço das suas ações. Empresas grandes que até então eram consideradas
altamente confiáveis, com notabilidade positiva pelos seus resultados, etc., Apesar
de todos os seus ativos e resultados financeiros, têm grande chance de
desaparecerem, ou reduzirem o seu tamanho, como nunca se poderia imaginar.
Outro exemplo atual é a crise na Grécia. A Argentina e o
próprio Brasil já passaram por situações semelhantes. Países que, por mal
gerenciamento dos seus governantes, gastaram mais dinheiro do que podiam.
Portanto levaram o País a um alto nível de endividamento e perderam a sua
capacitada de pagar as suas dívidas. Ao darem calote por não honrarem os seus
compromissos, obviamente perdem a sua reputação de País confiável, portanto
perdem a sua capacidade de obterem crédito no mercado. Numa linguagem popular
são Países quebrados, e ninguém confiará mais neles.
No campo político temos vários exemplos de pessoas no
Brasil que estão ou estiveram envolvidas em escândalos, ou corrupção, que
acabaram presos ou tendo os seus direitos políticos cassados. Essas pessoas
comprometeram os seus nomes e dificilmente poderão seguir na sua vida política.
Ninguém confiará nesses indivíduos que se envolveram com mal feitos. Essas
pessoas muitas vezes contavam com a impunidade, e nunca imaginavam que poderiam
se ver envolvidos e denunciados por corrupção, etc.
Até na área do esporte, recentemente tivemos os escândalos
da FIFA. Vários dirigentes que até então achávamos confiáveis, foram pegos em
atividades de corrupção e certamente nunca mais poderão voltar a dirigir uma
entidade como essa. Portanto abriram mão da reputação de bons dirigentes,
confiáveis e honestos.
Acima vimos vários exemplos de situações de Países,
Organizações, Políticos, etc. onde por envolvimento em atos de corrupção, mal
gerenciamento, ou mal feitos perderam a sua honra perante a sociedade. Leva-se
anos para construir uma imagem idônea, mas em poucos minutos é muito fácil perde-la.
Está na hora das pessoas refletirem sobre isso. Não existe cidadão, organização
ou País que tenha sucesso, se não agir dentro da lei, e dos valores universais
de honestidade e ética.
O maior patrimônio de uma organização, ou das pessoas está
na sua reputação. Na sua história ao longo da sua vida. A Reputação é como uma
caderneta de poupança onde ao longo dos anos vai se depositando créditos
adquiridos pelas atitudes, ações e comportamentos, que nos fazem ter uma boa
imagem perante a sociedade.
No trabalho, ser profissional é construir ao longo da
carreira um renome de quem faz as coisas de forma correta, dentro da lei e dos
princípios morais de uma sociedade. O dinheiro é apenas uma consequência do
nosso trabalho e não um objetivo em si próprio. Portanto, não vale tudo para se
ter sucesso. É muito bom ser reconhecido pela sociedade, como um bom cidadão ou
cidadã, que age em prol do bem coletivo. É desta forma que se constrói uma
grande empresa, ou uma nação.
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