Vocês lembram de algum momento no Brasil, em que a vivemos tranquilos,
sem preocupações, a economia prosperando, sem inflação, sem juros altos, taxa
de câmbio equilibrada e por aí afora? Difícil de lembrar nestes últimos 50 anos
algum momento mais contínuo que pudéssemos sentir uma certa estabilidade, e
relaxarmos porque estava tudo caminhando muito bem.
Todos os anos, tem sempre algo que nos ameaça. Quando a
crise não é interna, ela é externa. Quando a economia está crescendo, tem a
ameaça constante da inflação. Basta ver o que aconteceu com os preços dos
imóveis nos últimos anos. Se fizermos uma reflexão destes últimos anos,
entra ano e sai ano sempre tem uma crise no horizonte. Nas empresas, a
perspectiva de crise ou de grandes desafios anualmente, já é “default”. Não me recordo
nenhum ano nestas várias décadas, um que fôsse tranquilo, ou com perspectivas muito
positivas. Era sempre a mesma conversa. “Este ano foi bom, mas o próximo
ano......” mesmo com crescimentos expressivos.
Como Economista , eu também tenho a tendência de ver as coisas de uma
forma mais conservadora e com preocupação. Claro, as variáveis são enormes, e
isso nos apavora. Por outro lado também aprendi que dentro da Economia de um
País, existem várias Economias (Agrícola, Industrial, Comercio, Serviços, etc.).
Algumas delas terão os mesmos problemas num determinado período. É só ver o que
está acontecendo este ano com a Industria Automobilística e o Setor da
Construção Civil. Por outro lado, com certeza terão setores que crescerão. Quer
um exemplo? Tenta alugar um salão de eventos em São Paulo. Tem lugares que já
têm reserva por 3 anos, e os preços são inimagináveis. O agronegócio e as áreas
de commodities, especialmente os voltados para a exportação, certamente terão
um bom ano, em função da melhoria do setor externo e da desvalorização do real.
Portanto em qualquer momento da Economia de um País existirão aqueles
que “irão vender lenços, e outros que irão chorar....”. Por isso o melhor a
fazer é obviamente escolher o lado dos que vendem lenços. Claro, que não quero
com isso minimizar os momentos de crise pelo qual o nosso País está passando ou
já passou. Tudo isso causa muita ansiedade e inquietação. Não é tão simples
assim. Entretanto, como dizia um amigo meu : ”quem não tem visão histórica, vai
ter visão histérica....” e isso exige muito
cuidado. O “efeito manada” num momento de crise, pode ser devastador. Muito
mais pela percepção, do que pela realidade em si.
Dentro deste cenário, tanto as pessoas como as empresas precisam ter cautela
para gerenciar este clima dentro das organizações. O mais comum é sair cortando
custos e despesas sem uma análise mais cuidadosa. O perigo é eliminar coisas
que podem ser essenciais e prejudicar a empresa a médio e longo prazo. Ouvi uma
frase que cabe bem neste contexto: “as empresas cortam as pernas para
economizarem sapatos, e depois descobrem que não conseguem andar.....”
Outro aspecto importante neste cenário é a Liderança nas organizações.
Afinal são eles que dão direcionamento e ritmo, e passam a mensagem para os
liderados. Momentos difíceis exigem a postura do “Líder” e não do “Chefe”. O
Líder sabe como ninguém equilibrar todas as variáveis e manter o time unido
para vencer os obstáculos, afim de superar as dificuldades. Felizes as empresas
que souberam desenvolver a sua Liderança, pois certamente triunfarão em
qualquer circunstância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário