quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

O AVANÇO DA TECNOLOGIA: DECIFRA-ME OU TE DEVORO


Acho que muita gente se sente desse jeito, especialmente as pessoas um pouco mais velhas, que foram formatadas e preparadas no modelo industrial ou agrícola. O avanço da tecnologia está evoluindo tão rápido, que dá até medo de não conseguir acompanhar tudo isso, não é verdade? Em São Paulo, para estacionar o seu carro na rua, é preciso baixar um aplicativo, pois já não existe o velho cartão de estacionamento. Só para ter uma ideia de como as coisas andam.

Recentemente o governo informou que, a partir do próximo ano, o documento para pagamento do IPVA, não será mais enviado pelo correio, mas de forma eletrônica. A declaração do imposto de renda, há muito tempo já é feita eletronicamente. Vários serviços nos dias de hoje são totalmente realizados de forma eletrônica, como bancos, etc.  

A tecnologia, mas especificamente da era digital, está invadindo todos os campos da nossa vida pessoal. Outro dia fui ao cinema com a minha esposa, e ela levou os ingressos no seu celular e lá fomos nós felizes assistir o nosso filme. Se você vai embarcar no aeroporto, da mesma forma, o seu cartão de embarque pode estar apenas no seu celular, e boa viagem. Quem não tiver um celular nos dias de hoje, em breve não vai poder sair de casa. Cada vez mais a era digital invade o nosso dia a dia, facilitando e simplificando muitas coisas. Às vezes fico com pena das pessoas mais idosas, que não foram preparadas para lidar com tudo isso. Outro dia utilizei o caixa eletrônico do banco e ao meu lado havia uma senhora que sofria para lidar com aquela máquina tenebrosa que estava à sua frente. Deu pena de ver a dificuldade com que ela lidava com aquele equipamento, que já é de domínio público. Por sorte apareceu uma atendente do banco que a ajudou a operar e fazer as operações que necessitava.

Todos os dias lemos no noticiário algo envolvido com essa tal de tecnologia. Ultimamente várias notícias foram publicadas falando do automóvel autônomo que não precisará mais do motorista. Também neste mesmo contexto, já existem experiências de desenvolvimento para a criação de veículos que poderão voar, usando a tecnologia dos drones, outra coisa que falam todos os dias. Drones que são usados em atendimento de emergência, para entrega de mercadorias, controle de tráfego e assim por diante. Os motoboys da cidade de São Paulo estão ficando preocupados, se esta novidade entrar para valer. Mais recentemente, um amigo comentou que conseguiram imprimir numa impressora 3D, uma orelha humana, que poderia ser usada num implante cirúrgico.

Há estudiosos e cenaristas prevendo que no futuro todos os trabalhos repetitivos deixarão de ser feito por humanos, e substituído por robôs. Não é exagero. Se verificarmos na indústria automobilística, todos os processos de soldas e pinturas já são executados por robôs. Trabalho este que era no passado feito por pessoas. E diga-se de passagem, este trabalho é mais eficiente, de melhor qualidade e com menos risco de saúde do que quando era feito por seres humanos.

No campo do desenvolvimento humano, toda esta tecnologia desenvolvida para os jogos, conhecida como “gamificação”, já está sendo empregada por algumas empresas para selecionar, e ou desenvolver pessoas, através dos jogos.

A coisa não para por aí. No campo da genética, a revolução é ainda muito maior. Com o sequenciamento do DNA é possível identificar potenciais doenças numa pessoa que poderia vir a ocorrer 10, 20 ou daqui a 30 anos. É possível fazer clones de órgão humanos, o que traria benefícios ilimitados para aquelas pessoas que ficam em filas intermináveis de transplante. Haverá no futuro uma revolução na fabricação de medicamentos. Hoje a grande maiorias das drogas são feitas para corrigir problemas de saúde. No futuro, com o advento da biotecnologia, os medicamentos serão feitos para prevenir e proteger a saúde, conhecidos como medicamentos biológicos.

Ainda em relação a genética, há também uma revolução na agricultura. Hoje é possível sequenciar uma planta de cactos, separar o gen que dá resistência desértica, e colocar numa planta de milho. Ao fazer isso será possível plantar o milho no deserto ampliando de forma exponencial as áreas de produção agrícola no mundo. Da mesma forma, pode-se sequenciar um pinheiro, separar o gen que dá resistência ao frio e colocar numa planta de milho, para produzí-la em áreas totalmente geladas.

Em resumo, na minha visão simplificamos de uma forma errônea ao chamarmos esta era de “digital”, que é muito mais do que isso no campo tecnológico. Acho que seria mais acertado chamarmos esta era que vivemos de era da “tecnologia”. O que não podemos esquecer é que atrás de tudo isso está o ser humano. Como prepará-lo para lidar com todos estes avanços? Como não podemos parar o progresso, precisamos cuidar para que todas as pessoas façam parte deste avanço, caso contrário correremos o risco de criarmos uma imensidão de pessoas analfabetas tecnologicamente e devoradas pelo progresso.


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