Creio que este será o
título dos Líderes num futuro breve. Ainda estamos discutindo, muitas vezes, o
papel da Liderança num modelo antigo, que é muito baseado no modelo industrial.
Processos estanques e repetitivos, com pequenas mudanças evolutivas ao longo
dos anos. Precisamos entrar numa discussão mais profunda do novo papel da
Liderança, neste mundo digital. O perfil dos profissionais dessas novas
gerações é bem diferente do que estamos acostumados. Basta olhar o ambiente das
empresas de tecnologia para entender a grande mudança que ocorreu e que está
ocorrendo. Essa transformação é percebida em todas as frentes. As pessoas têm
formação diferente, se vestem de maneira despojada, o ambiente de trabalho é
também bastante descontraído e igualmente desprendido. O mundo criativo e
inovador pede este tipo de local, para que as pessoas possam soltar a imaginação
e produzir inovação para os negócios. Os desafios não são mais processos recorrentes
que precisam ser melhorados através da própria repetição e execução. Agora
vivemos um momento, em que os processos precisam ser mudados constantemente,
para que possam atender as necessidades dos negócios. Tudo é muito mais volátil
e sujeito a mudança num espaço de tempo muito curto. Os ciclos de negócios são
muito rápidos e os produtos muito mais perecíveis em função do avanço rápido da
tecnologia.
A cada momento algo
novo está sendo criado para adicionar aos negócios existentes, ou mesmo
transformando o ambiente totalmente. Existem vários exemplos como tudo isso
está se modificando rapidamente. Quando achávamos que a tecnologia, por exemplo,
já facilitava a nossa vida para não ter que ir a um banco, já tem tecnologia
que está na verdade concorrendo com o próprio conceito de banco. Portanto nem
as coisas mais tradicionais e aparentemente imutáveis conseguem sobreviver a
este momento de transformação que o mundo está passando.
Com este contexto dos
negócios e das organizações, não é possível se imaginar que os processos vão
permanecer iguais por longo tempo e muito menos a forma de desenvolver as
pessoas. O papel de cada um é quase de se auto liderar, até porque muita gente
está cada vez mais trabalhando remotamente. A liderança muitas vezes nem
convive mais proximamente dos seus liderados. A palavra autonomia e
empoderamento nunca fez tanto sentido como agora, só que ainda estamos preparando
as Lideranças no modelo analógico.
Precisamos urgentemente
começar a rever o papel do Líder dentro deste novo contexto. Pessoalmente, os
vejo muito mais como Designers de processos e pessoas, e facilitadores do
trabalho, definindo o direcionamento, alimentando e revendo os processos e o
trabalhos das pessoas de forma permanente. O trabalho e os processos devem ser
alterados constantemente para melhor se adaptar a velocidade do mercado e poder
enfrentar a concorrência. É como se tivéssemos que alterar a descrição de
cargos todas as semanas, bem como mudar os processos na mesma velocidade. A
tecnologia veio para nos ajudar nesta tarefa, e o novo papel da Liderança é
liderar este processo de transformação junto aos liderados. O novo mundo do
trabalho requer um comportamento de muita flexibilidade, como se cada dia o
trabalho fosse feito de forma diferente. Todos devem estar muito atentos as mudanças
de tecnologia, e fazer da inovação um “way
of life”. Será muito desafiador acompanhar esses novos tempos, mas como
tudo na vida, o ser humano está pronto para se adaptar e fazer disso a sua
rotina. Neste cenário, o novo papel da Liderança será fundamental para as
organizações e a sociedade como um todo.
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