Vejo tantas teorias e conceitos sobre a evolução da gestão
de pessoas que parece tratar-se de uma ciência espacial. Agora então com a tal
da era digital, da indústria 4.0 e outras titulações, o assunto ganhou uma
complexidade enorme. Está cheio de gurus no mundo escrevendo livros e mais
livros a respeito disso. E claro, junto com o livro também é preciso a
consultoria para entender do que se trata. Também tem o tal do VUCA, que agora
todo mundo fala, mas de fato poucos sabem o que é. De tempos em tempos acontece
isso. Alguém escreve uma nova ideia ou uma velha ideia com roupa de domingo, e
todo mundo começa a reproduzir e reverberar o assunto.
A área de RH e os temas de liderança parecem exercer um
fascínio nos autores de livros e gurus, para lançarem novos conceitos e,
principalmente, para o exercício da futurologia. Nada contra, e acho até um bom
exercício mental discutir a respeito de novas visões, até porque o mundo está
sempre se transformando e evoluindo. A única coisa que me incomoda um pouco, é
quando toda essa conversa de futurologia vem divorciada da conversa de
negócios. Quando isso acontece, essa conversa vira apenas um exercício
acadêmico, interessante, porém de pouco valor agregado ao mundo real. Pelo
menos na minha visão...
Participo de algumas discussões, e apresentações na área de
gestão de pessoas, e fico me perguntando: Se eu apresentar isso para um CEO,
qual será a sua reação? Confesso que algumas vezes eu mesmo fiz essa avaliação.
Em alguns casos eu acredito que o CEO enfartaria com tanto assunto teórico e
acadêmico. Tudo bem, tem o seu valor as discussões acadêmicas e teóricas, mas
no mundo empresarial, onde deve-se agregar valor e ter coisas práticas, fica
difícil imaginar a adoção de muitas dessas ideias.
Quando falamos de gestão estratégica de pessoas, a primeira
coisa que precisamos entender é a estratégia do negócio. Além disso, temos que
traduzir e fazer a conexão dos temas de negócios para os processos de RH. Se
queremos projetar a evolução da gestão de pessoas para o futuro, vamos ter que
fazer primeiro um exercício para entendermos para onde estão indo os negócios.
Quais são as demandas e os desafios do “business” para o futuro. A partir disso
sim, podemos fazer um exercício de futurologia para identificar as mudanças e
as necessidades em gestão de pessoas.
O fator humano é de fato cada vez mais crítico para o
sucesso dos negócios. A lógica é simples, vivemos uma época de muita
transformação e inovação, e essas coisas dependem fundamentalmente do talento
humano, da criatividade, etc. As novas tecnologias, novas plataformas, etc.
dependem mais do fator humano do que muitas vezes do capital investido. Como o
impacto humano nos negócios é cada vez mais significativo, isso exige que a
gestão de pessoas seja mais eficiente e produtiva para agregar valor ao
negócio. E para que isso aconteça, o RH tem que estar cada vez mais preparado
para entender a necessidade do negócio e desenvolver novas formas de fazer a
gestão de pessoas para esta nova era. Por isso eu digo, onde o negócio for o RH
vai junto....ou pelo menos deveria ir...
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