Se estudarmos um pouco a história da humanidade vamos
perceber como essas coisas caminham juntas. Mesmo nas épocas mais críticas,
quando a ciência foi perseguida pela religião, nos tempos da inquisição, ela
conseguiu evoluir. Em resumo a religião tem como princípio ser uma “norma
social”, que estabelece regras e limites para as pessoas. Por outro lado, a
ciência tem como fundamento o entendimento científico de tudo que vivemos, bem
como da busca na inovação para a melhoria da vida humana. Neste sentido, a
religião estabelece parâmetros para a ciência, do ponto de vista ético e moral
de até onde ela pode avançar. Uma sociedade organizada e estruturada depende
destes dois componentes para evoluir e melhorar. E aqui quando me refiro a
religião, pode ser qualquer uma independente da sua orientação. Ou seja, pode
ser católica, protestante, judaica, mulçumana, e assim por diante. Essa combinação
chama muito a atenção, porque numa visão rasa, elas parecem antagônicas, mas na
prática elas são complementares e críticas para o desenvolvimento do mundo
civilizatório.
Se por analogia trouxermos estes conceitos para o mundo
organizacional, vamos nos dar conta que um profissional ou uma organização para
ser completa, precisa combinar as suas competências com os seus valores. Não há
como uma empresa ou um profissional ter sucesso num segmento de negócio ou na
profissão se não tiver uma alta competência. Quando falamos de competência,
estamos usando o conceito clássico do CHA, que é a combinação de Conhecimento,
Habilidade e Atitude. Tudo isso obviamente colocado na prática através da execução
de um plano de negócio ou um plano profissional. Será que só a competência
seria suficiente para o sucesso de uma empresa ou de um profissional? No
passado não muito distante, acreditava-se que tendo competência, uma empresa ou
uma pessoa, já seria o suficiente para ter sucesso. Por esta razão é que no
passado, muitos Líderes eram promovidos porque eram competentes do ponto de
visto técnico. Com o passar do tempo, notou-se que apenas a competência técnica
não era o suficiente para liderar outras pessoas. Da mesma forma, muitas
empresas competentes tecnicamente nos seus negócios acreditavam que só isso
seria suficiente para ter sucesso. Com o decorrer do tempo e das várias
situações que ocorreram, ficou claro que algo estava faltando nesta equação
para a sustentabilidade do negócio.
No caso do profissional, tem ficado cada dia mais claro que
além das competências, é necessário que o mesmo tenha uma composição de
valores, que demonstre no seu dia a dia, uma atitude íntegra e ética. Vemos no
noticiário diariamente pessoas ou profissionais considerados competentes, mas
que em virtude de falta de ética, ou valores pessoais de alto nível, se
envolvem em corrupção, desonestidade e assim por diante. Acabam muitas vezes
comprometendo o próprio nome da instituição onde trabalham. Da mesma forma acompanhamos
uma infinidade de empresas de grande porte, altamente competentes nos seus
segmentos de atuação, mas que estão se destruindo exatamente pela falta de
valores das suas lideranças e dos seus proprietários. Esta situação também é
válida para as instituições governamentais em geral. São instituições seculares
competentes, mas que estão pecando fortemente por falta de valores éticos,
moral e de integridade.
Fica claro na minha opinião, a importância da religião para
estabelecer limites e regras para a ciência, assim como os valores precisam
estar combinados com as competências para uma sociedade ser evoluída e
próspera. Essas coisas que parecem antagônicas pela sua natureza, na verdade são
fundamentais e críticas para a evolução do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário