Muitos palpites atualmente procuram descrever as
atribuições, as competências e as características do líder do futuro, mas na
realidade são apenas suposições. Além disso muita coisa escrita a este respeito
está contaminada com os conceitos e os princípios da era industrial. Vale
lembrar que esta era se caracterizava por processos repetitivos e em geral
praticado num mesmo local físico de trabalho. Dá para imaginar a aplicação dos
conceitos de liderança deste período no momento que vivemos e que iremos viver
de forma mais intensa no que chamamos de era digital ou biológica. Nem sabemos se
este conceito de liderança que conhecemos hoje, existirá no futuro. Certamente
nas organizações tradicionais, ou mais conservadoras isso poderá funcionar
dessa maneira, mas uma grande parte dos negócios são e serão cada vez mais
elaborados de formas muito diferentes do que conhecemos.
A cultura das organizações está mudando de forma muito
rápida, buscando uma efetividade maior para os desafios de negócios que se
apresentam agora e num futuro breve. Com esta mudança, as empresas estão cada
vez mais preocupadas com o seu modelo de governança que traz um desafio e uma
complexidade enorme.
Muitas pessoas imaginam que as empresas de alta tecnologia
funcionam de uma forma mais liberal e menos hierárquica. Não é verdade. Conheço
empresas que operam nestes segmentos e são muito estruturadas, e com níveis de
decisões e hierarquias bem definidas e bastante rígidas. Nem sempre a autonomia
imaginada e sonhada existe na prática nessas empresas. A forma sim mudou muito,
até porque as lideranças em muitas dessas empresas não estão no mesmo lugar
físico. Pode estar em qualquer parte do mundo. Isso traz um conceito totalmente
novo que é exercer uma liderança produtiva de forma remota, sem necessariamente
estar fisicamente próximo. O acesso e a conexão viabilizado pela tecnologia,
permite esta facilidade.
Para liderar uma equipe remota e bastante diversa em todos
os aspectos é preciso um estilo e um perfil de liderança muito diferente do que
conhecemos até hoje. São competências,
comportamentos, estratégias, e gestão muito mais complexas que requerem não só
um perfil diferente do líder, mas também dos próprios colaboradores, que num
certo sentido precisam se auto liderar.
O que se sabe é que a medida que os negócios evoluem e se
transformam, toda a cultura e modelo de gestão tem que acompanhar para poder
entregar os resultados esperados. Não há como pensar que existe um modelo de
liderança padrão que possa atender todas organizações. Cada empresa terá que
encontrar o melhor estilo de forma de liderança que faça sentido para a sua
atividade. Até porque ele será único e em permanente transformação. Toda
literatura escrita e falada em matéria de liderança, é muito útil como
aprendizado, fonte de inspiração, mas a verdade é que daqui para frente cada
organização terá que desenhar e definir o modelo de liderança que seja mais
adequado e produtivo para o seu negócio.
Por outro lado, as pessoas terão que se preparar para serem
líderes “camaleões” para atenderem as necessidades de cada empresa, onde exercerão
este papel. A referência da função da liderança será algo construído ao longo
da jornada, sem modelos predeterminados e muito mais flexíveis. Trata-se apenas
de uma suposição, porque também me questiono o que vem pela frente.
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