Se por analogia observarmos o que acontece com a borboleta,
rapidamente entenderemos a diferença entre mudança e transformação. Embora
sejam parte do mesmo processo, nem todas as mudanças resultam em transformação.
Fala se muito a respeito de mudança, especialmente no mundo empresarial, e o que
observamos é que poucas coisas se transformam, mas apenas se modificam.
Diferente da borboleta que, de lagarta, se transforma em um lindo inseto voador.
Ela não mudou de cor, ou de tamanho, ou do jeito de voar. Ela foi muito além
disso...
Se olharmos a natureza ou mesmo a evolução do ser
humano, a medida que vamos envelhecendo, não mudamos apenas fisicamente, mas
nos transformamos de criança, adolescente, adultos até chegarmos à velhice.
Cada fase deste ciclo tem as suas características próprias, seu jeito de ser e
agir. O mesmo ocorre na natureza que se transforma todos os anos,
possibilitando a sua renovação e longevidade.
Dizem que a única coisa permanente na vida é a
mudança. Eu concordo com esta afirmativa. Entretanto, a mudança por si só não
nos faz evoluir, apenas fazer as coisas de forma diferente, ou até mesmo as
repetindo, porém num formato ou numa concepção distinta. Isso é muito comum nas
organizações. Muitas vezes elas fazem coisas que são reinvenções da roda, com
nomes alternativos mas que não resultam em nenhuma transformação significativa.
Isto gera uma tremenda frustração porque o objetivo desejado não é alcançado. Por
exemplo, se estivermos dentro de um ônibus indo em uma determinada direção e
mudarmos de banco, a sensação é de mudança, porém a direção e o resultado da
viagem serão exatamente os mesmos.
A pergunta que devemos fazer no campo pessoal, e
principalmente no profissional é a seguinte: Qual é a transformação que eu
desejo, neste processo de mudança? Se fizermos esta pergunta, creio que ficará
muito mais claro e objetivo todo e qualquer processo dessa natureza, afinal, o
que nos interessa é o resultado do processo e não ele em si próprio, como
parece acontecer na maioria das vezes. Existem estatísticas que dizem que 70%
das mudanças fracassam. A minha desconfiança é que as pessoas e as organizações
se concentram muito no processo, e pouco naquilo que estão buscando como
resultado.
Como todos sabemos, as coisas nestes últimos anos têm
mudado de forma muito acelerada. Vivemos neste momento a era digital, ou a era
da alta tecnologia. O que nos assusta, e talvez mais do que em outras épocas é
que as mudanças que estão ocorrendo têm como resultado grandes transformações
em nossas vidas. Desde o telefone celular, a TV digital, os IOT, carros sem
motorista, pagamento de contas via celular, redes sociais, bancos digitais, e
por aí afora. Isto não são simplesmente mudanças, mas transformações das nossas
vidas de uma maneira muito ampla. As pessoas hoje podem trabalhar das suas
casas, ou de locais remotos com o mesmo nível de produtividade e até as vezes
maior do que quando trabalham num local físico. Os trabalhos repetitivos estão
sendo todos substituídos e com muitas vantagens pelos robôs. Até na medicina a
robótica está sendo utilizada com um nível muito maior de precisão nas
cirurgias. Na área da saúde com o advento do sequenciamento do DNA, hoje é
possível se prever doenças que uma pessoa poderá ter daqui a 10, 20 ou 30 anos.
Com isso, é possível desenvolver medicamento biológicos que corrijam estes
potenciais problemas para o futuro. Na agricultura os avanços são gigantes, transformando
de forma exponencial a nossa capacidade de produção de alimentos através da
biotecnologia.
As novas tecnologias não estão vindo apenas para
melhorar a produtividade, mas sim para transformar o modo como as coisas são
feitas. Tudo isso assusta num primeiro momento, mas é fundamental para a
evolução humana. Como diz um amigo meu: quem não tem visão histórica, tem visão
histérica, pois assim caminha a humanidade, desde os seus primórdios. A nossa
evolução e a nossa existência dependem da nossa transformação para que a
humanidade seja cada vez melhor, mais avançada em benefícios dos seres humanos.
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