Quando eu morava nos Estados
Unidos, trabalhando em Recursos Humanos, uma vez me deparei com a frase acima. Se
você não acredita em treinamento, tente a ignorância. É a mais pura verdade.
Podemos expandir este conceito para algo mais amplo como o desenvolvimento. O
pior é que, em épocas de crise, a primeira coisa que as empresas fazem é cortar
os seus programas de treinamento, desenvolvimento, coaching, workshops, etc.
Como dizia um amigo meu: ”as
empresas para economizarem sapatos, cortam os pés e depois descobrem que não
podem andar”.... E é isso mesmo que acontece, cortam os investimentos em
desenvolvimento de pessoas, com isso atrasam a melhoria do desempenho das
mesmas, que em última análise irá impactar o resultado do negócio. As
organizações deveriam contrariar a lógica comum. Quando as atividades estão
mais calmas, este é o momento certo para investir em desenvolvimento, pois ao
tirar as pessoas do dia a dia, o impacto será menor para o negócio.
Essa é a lógica de muitas
empresas que são bastante estratégicas. Em tempos de baixa, gostam de fazer os
investimentos, para estarem preparadas para os tempos de alta. Se esta lógica
vale para o negócio, por que razão não valeria para o desenvolvimento de
pessoas?
Infelizmente ainda o pensamento
que prevalece com relação aos recursos humanos é que pessoas são uma fonte de
despesa e não de investimento. O dia que as organizações mudarem este
paradigma, certamente muitas decisões tomadas nos tempos de crise, serão
diferentes. Nenhuma organização em
tempos mais difíceis vende a sua tecnologia, os seus equipamentos, a sua
fábrica, pois sabem que assim que as coisas melhorarem serão estes recursos que
farão o negócio prosperar. Obviamente, num caso estremo, a empresa vende tudo,
e sai do negócio, pois já não tem mais jeito de se manter ativa.
Se por analogia olharmos o
comportamento da família, veremos que esta lógica não funciona dessa forma. Nenhuma
família, com raras exceções, quando passa por dificuldades, deixam de investir
na educação dos seus filhos. Mudam para uma escola mais barata, ou até mesmo
para uma escola pública com ensino gratuito, porque sabem o prejuízo que será
se deixarem de investir no desenvolvimento dos filhos. Sabem o tamanho do
atraso e a dificuldade para recuperar o tempo perdido se tomarem uma decisão de
deixar as crianças fora da escola. Fazer isso é comprometer o futuro dos mesmos.
Ora, se isso vale para uma família, porque não valeria para uma empresa?
Outro aspecto importante nestes
momentos, tem a ver com o clima organizacional. Quando as empresas adotam esta
postura, elas automaticamente criam um clima de incerteza e de descuido com as
suas pessoas. É claro que numa situação difícil de emprego, a maioria das
pessoas vai ficar calada, mas todos lembrarão do que a empresa fez nesta fase.
No momento em que as coisas começarem a melhorar e estas pessoas receberem
convites de outras empresas para trabalhar, certamente elas terão mais
motivação para considerar as ofertas do mercado. Portanto, se um dos objetivos
das organizações é manter engajados os seus colaboradores, ao não investir no
seu desenvolvimento, ficarão mais vulneráveis para reter os seus talentos. As
consequências podem ser complicadas, até porque, as pessoas que são mais
atrativas para o mercado, são as de melhor talento e capacidade.
Em resumo, seja qual for o
momento econômico que se esteja passando, investir no desenvolvimento dos
colaboradores, sempre será uma decisão acertada. Além disso, é bom lembrar que as
pessoas mais bem preparadas, terão mais chances de encontrar caminhos e
soluções para resolver os desafios da organização.
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