Estamos vivendo um tempo onde as
empresas super valorizam o potencial das pessoas comparativamente à
experiência. Claro que isso é importante, pois geralmente as pessoas talentosas
demonstram ter um potencial enorme para ser desenvolvido, mas não é experiência, vivência ou
experimentação. Muitas coisas não têm sido bem feitas por conta de uma certa
“juniorização” de algumas funções. Não há outra fonte de competência, senão a
experiência. Entenda-se competência por: Conhecimento, Habilidade e Atitude.
Em qualquer atividade é possível
provar que sem experiência não tem como melhorar a competência. Posso citar
vários exemplos: Um piloto de avião, para chegar a ser um Comandante de voos
internacionais precisará passar por outros equipamentos menores, fazer cursos,
ser copiloto, ter muitas horas de voo, para então se qualificar para ser um
Comandante internacional. Tenho certeza de que ninguém gostaria de entrar num
avião para um voo intercontinental, sabendo que o comandante tem poucas horas
de voo e que nunca havia pilotado aquele equipamento. Você entraria nesta
aeronave?
Eu poderia citar outros exemplos de
profissionais que precisam passar por algumas experiências até poderem chegar a
posições de maiores responsabilidades. No esporte por exemplo, nenhum piloto
chega na Fórmula 1 sem passar por outras categorias. Além disso, vai entrar
primeiro nas escuderias de menor importância para ganhar experiência e
demonstrar o seu talento. Só após esta jornada, é que se qualificará para ir
para uma equipe mais importante.
Portanto não há atalho para a
competência, se não for através da experiência, da experimentação, dos erros,
das falhas, dos aprendizados, das conquistas, e assim por diante. Em qualquer
profissão é necessário vivenciar situações várias vezes, errando, acertando,
para só então ter certeza que se tornou competente naquele assunto.
Na área de saúde eu posso citar a
carreira de um Médico. Além de estudar muito por um período longo, precisa
fazer residência com profissionais mais experientes, para só então se
qualificar para uma determinada especialidade. Assim mesmo, no caso dos
cirurgiões, estes começam a operar geralmente numa equipe, com médicos mais
experientes (às vezes anos), até estar pronto para fazer tal procedimento
sozinho.
A competência é algo construído com
muito trabalho, suor, dedicação e, obviamente, é preciso ter o talento para
fazer determinada tarefa ou função. Além disso a competência é algo que tem que
ser reconhecido por terceiros. Portanto ninguém pode se auto intitular
“competente”.
Agora vejamos o que tem acontecido
nos últimos anos nas organizações. O profissional chega aos 50 anos, no auge da
sua experiência e maturidade e o que acontece? É visto como um profissional
“old fashion”, desatualizado, que já não tem a mesma energia, etc. É muito
difícil um profissional nas grandes organizações passar dos 55 anos. Claro,
existem exceções, mas a grande maioria das empresas, quer sangue novo, com mais
energia e com mais tecnologia.
Depois vemos a quantidade de
bobagens que tem acontecido nas empresas, basicamente por inexperiência, ou
mesmo incompetência. Estamos confundindo de uma forma absurda o moderno com o
eterno. Não há COMPETÊNCIA sem EXPERIÊNCIA!!!
Muitas coisas que foram feitas nas
empresas acabam se perdendo, porque trocam as pessoas com competência por
pessoas com potencial, mas sem experiência. Sabe o que acontece? Todo o know-how
é desperdiçado e ficam reinventando a roda cada vez que trazem pessoas mais “
juniors” para ocuparem certas posições. Gastam rios de dinheiro refazendo
coisas que já tinham sido feitas e que se perderam à medida que profissionais
mais experientes deixaram a organização. Quanto custa isso para a empresa? As
vezes eu tenho a sensação de que as organizações não sabem medir algo simples
que se chama: produtividade!!
Qual seria então a reposta para
isso? Na minha visão é a combinação dos profissionais mais experientes com
jovens talentosos que serão os experientes do futuro. Precisamos urgentemente
mudar essa atitude de valorizar de forma desproporcional o potencial versus a
experiência das pessoas. Se uma empresa quer para valer se perpetuar, ser
competitiva e altamente produtiva, precisa rever os seus conceitos. As organizações
precisam parar de se iludir e pensar que elas têm que se comparar com as
empresas do Vale do Silício!! Essas empresas representam 3% das empresas dos
Estados Unidos. São pouca geradoras de empregos, portanto não é uma comparação
ou um modelo que serve para todos. A inovação é sem dúvida algo importante e
crítico para as empresas, mas nem tudo que vale para um vale para todos!!
Como diz um ditado antigo: sucesso
é 1% de inspiração e 99% de transpiração!!!
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