Um dos assuntos que tira o sono de
muitos acionistas, membros de conselho ou da diretoria das empresas é o
planejamento de sucessores. A primeira razão é que estes dirigentes querem ter
certeza de que existem back ups para as posições chave, e também querem saber
qual é “pool” de talentos existentes na sua organização. Isso vale tanto para tempos
de crescimento, como para tempos de dificuldades, do ponto de vista econômico e
dos negócios, porque este tema é muito mais estratégico do que operacional, do
dia a dia. Portanto independe do momento econômico das empresas. Elas têm que
permanentemente estar preparadas para ter os recursos humanos necessários para
os seus negócios.
Esta é a parte da conversa que é
mais comum e conhecida das áreas de RH das empresas. Entretanto tem outro nível
de discussão mais complexo que é a formação de lideranças para garantir o
crescimento e a perpetuação do negócio. Não é possível uma empresa expandir o
seu negócio se não tiver preparado outros Líderes para assumirem maiores
responsabilidades. Trabalhei num grupo empresarial que em alguns momentos da
sua trajetória teve que conter a evolução do negócio pois não tinha capital
humano para liderar as operações comerciais. Parece incrível imaginar que, por
falta de Líderes preparados para assumirem novas responsabilidades, a empresa
teve que limitar o seu crescimento.
Em outro momento da minha vida
profissional, a empresa em que eu trabalhava teve que contratar pessoas e
Líderes, muito antes do negócio ser implantado, para prepará-los com
antecedência para as suas funções. Este momento foi quando, na década de 70, o
Governo decidiu construir o polo petroquímico de Camaçari. Não havia quantidade
de Engenheiros e nem de Líderes para atender a demanda de um projeto daquela
dimensão. A solução para muitas empresas naquela época foi enviar muitos
profissionais para o exterior e outras localidades no Brasil para que fossem
preparados com antecedência para as novas reponsabilidades. Portanto, para que
as empresas pudessem iniciar as suas atividades com segurança, pois se tratava
de um polo petroquímico, tiveram que investir no capital humano previamente,
pois sem isso não poderiam operar o seu negócio.
As empresas profissionais e que têm
uma boa gestão estratégica de pessoas, fazem permanentemente avaliação do seu
capital humano, como fazem uma análise do seu negócio, do mercado, etc. Ou seja,
o capital humano é crítico para o seu negócio no presente e também no futuro.
Mesmo nos momentos em que a economia está mais retraída, e algumas empresas até
precisam reduzir o seu quadro, elas não relaxam com este tipo de avaliação e
planejamento. Sabem muito bem que estes momentos de retração são temporários e
que precisam se preparar para o médio e longo prazo.
A escassez de talentos parece que
acaba à medida que a economia entra em recessão, ou cresce menos, mas isto não
é verdade. Essa preocupação existe em tempo integral, como existe a preocupação
de abrir novos clientes, criar novos produtos, e assim por diante. Esses temas
são por demais estratégicos para as empresas e são atemporais pois independem
da situação econômica da atualidade. Todo empreendedor sabe que a empresa que
não cresce está fadada a desaparecer ou morrer. A sobrevivência de um negócio e
o desejo do seu dono e/ou dos acionistas é de que a empresa se perpetue. É um
desafio enorme porque é uma missão difícil e muitas empresas acabam sucumbindo
ao longo do tempo. São muitos os fatores que levam a organização a desaparecer,
mas agora, mais do que nunca, o fator humano se tornou muito crítico. As
empresas cada vez mais dependem de inovação, criatividade, tecnologia, etc., fatores
estes que dependem muito mais do capital humano do que, muitas vezes, do
capital financeiro.
Por esta razão é que o tema
sucessão costuma tirar o sono dos CEOs, dirigentes e acionistas. A principal
responsabilidade dos Líderes na atualidade é a preparação e formação de novos
Líderes. Só assim eles poderão garantir o futuro das suas Organizações.
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