Tive um chefe, numa das empresas em
que eu trabalhei, que usava esta frase para passar a mensagem de como ele
pensava. Na verdade, isso traduzia o seu estilo de liderar e a sua expectativa
em relação aos seus liderados. Em algum momento, seja na vida pessoal ou
profissional, todos poderão cometer algum tipo de erro, e o mais importante é
aprender com eles. Aliás, aprendemos mais com as nossas falhas do que, muitas
vezes, com os nossos acertos. No mundo corporativo, que muitas vezes precisa de
pessoas com um perfil mais agressivo, inovador, tomador de risco, há também uma
maior possibilidade de erros. No final, o que mais importa é a quantidade de
acertos versus os erros. Se o balanço for positivo, a vida segue, e o resultado
é bom.
Tive um outro chefe que dizia:
“só não erra quem não faz nada”. Aqui entre nós, é a pura verdade. Se a pessoa
não arrisca nada, não produz ou busca caminhos melhores na sua vida pessoal ou
profissional, obviamente não há risco de errar. Porém também é uma vida inútil
e que não contribui com nada. A cultura dessa empresa onde trabalhei, tinha
este dizer como lema. Ou seja, tome risco, busque novos caminhos e
alternativas, inove, e assim por diante. Eles sabiam que ao estimular as
pessoas a saírem da sua zona de conforto, aumentava o risco de erros, mas no
final o resultado seria positivo. Existem muitas histórias de grandes
inventores, como Thomas Edison, que para chegar no resultado final que
conhecemos, fez mais de 100 tentativas sem sucesso e com muitos erros, mas
conseguiu chegar ao seu objetivo, que foi inventar a lâmpada.
Uma outra chefe que eu tive
quando trabalhava nos Estados Unidos, encarava as possibilidades de erros de
uma forma bastante interessante. Ela dizia: “Temos sempre mais coisas para
fazer ou cuidar, do que conseguimos”. Ela fazia uma analogia com várias bolas
no ar, e a pessoa tendo que controlar todas elas. Dizia que algumas dessas
bolas eram de vidro e outras de borracha. Como era impossível controlar todas,
então ela falava: “Controle as bolas de vidro, essas não podem cair. As de
borracha, mesmo que caiam, depois podemos resgatá-las”. Com esta comparação,
ela passava a mensagem de que existiam situações em que não é tolerável o erro,
porque o estrago é muito grande. São as bolas de vidro. Outras situações em que
o estrago não era tão grande, ela se referia às bolas de borracha. Ela estava
correta. No mundo profissional e no pessoal, existem erros que são toleráveis,
e contornáveis. Porém existem outros descuidos que, se cometidos, não tem
retorno e a consequência é grave.
É interessante também notar como
as culturas de diferentes Países são distintas para lidar com o erro. Nos
Países Europeus ou mesmo nos Estados Unidos, a definição do que é certo ou
errado é muita clara. As pessoas quando erram assumem o erro, e isto é visto
como um processo de aprendizado. Ou seja, quando a pessoa diz que cometeu um
equívoco, é porque está consciente do que fez, e existe grande possibilidade de
que ela não venha a cometer este deslize novamente. Se eu tenho consciência do
meu erro, obviamente eu vou me preparar melhor, para que isso não ocorra novamente.
Esta é a cultura nestes Países. Lidam com a falha como um processo de
aprendizagem. Tanto isto é verdade que, nas cortes Americanas, a primeira pergunta
que um Juiz faz para o réu é se ele é culpado ou não. Achamos graça disso, pois
parece muito ingênuo. O que está por trás desse questionamento, é saber se o
réu tem consciência do erro que cometeu. Ao se declarar inocente e depois
confirmar que é culpado, há um agravamento da pena. O fundamento neste caso, é
que a pessoa não aprendeu com o seu desacerto, ou tentou enganar a sociedade, o
que é intolerável.
Em resumo, devemos aprender com
os nossos erros para que os números de acertos, ao longo da nossa vida, sejam
muito maiores. Quanto mais conscientes formos dos nossos enganos, e aprendermos
com eles, certamente maior será a nossa chance de sucesso. Afinal errar é
humano, mas acertar ainda é mais humano....
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