Você já imaginou se isso
acontecesse para valer? O que você faria da sua vida se fosse decretado o fim
do emprego? Aliás, o emprego da forma que conhecemos é algo relativamente novo.
Foi uma modalidade de trabalho criada principalmente na era industrial. O fato
é que nos acostumamos de tal forma que pensamos que este tipo de relação de
trabalho, sempre existiu na humanidade. O que não é verdade. Antes da era
industrial, o trabalho era realizado em pequenas propriedades agrícolas, ou
feito de forma artesanal. Ou seja, haviam os artesões que passavam o seu ofício
de pai para filho. A modernização dos processos na era industrial é que
fortaleceu este conceito de emprego que conhecemos.
Mas vamos ao que interessa... Decretaram
o fim do emprego? E agora o que eu faço? Você já se fez esta pergunta? O que eu
sei fazer, tenho competência e posso oferecer para as pessoas em forma de trabalho?
Tenho certeza que muitas pessoas teriam dificuldades em responder esta
pergunta. Trabalhamos muitas vezes em certas atividades, que fica difícil
avaliar como este tipo de trabalho poderia ser “vendido” no mercado.
Muita gente constrói uma carreira
sem ter consciência plena de quanto aquilo que faz agrega valor, ou é de fato
útil para a sociedade. Muitas vezes isso é apenas uma percepção. Evidente que
todo trabalho tem uma razão por existir e certamente agrega algo ao processo
produtivo. Entretanto, muitas pessoas não têm consciência disso, e mais, não
sabem como avaliar as competências que têm e que poderiam ser úteis e
utilizadas de várias formas.
Temos muitas vezes uma visão
burocrática do nosso trabalho, que dificulta uma avaliação mais criteriosa de
quanto aquilo que fazemos é útil e produtivo. Portanto, se decretarem o fim do
emprego, a sensação é de que estaremos num mato sem cachorro. Ou seja, não
sobreviveremos com aquilo que aprendemos e desenvolvemos ao longo da nossa vida
profissional. Isso é apenas uma percepção imediata, que pode nos apavorar num
primeiro momento.
Por esta razão eu recomendo que
todo profissional faça uma análise do seu trabalho, das suas competências, das
suas experiências e principalmente, que tenha uma visão de como este conjunto
de coisas podem se aplicados ao trabalho nas suas várias formas, tanto no curto
como no longo prazo. Muitas vezes em momentos de crise, onde há redução do
emprego, as pessoas acabam tendo muitas dificuldades de se recolocarem numa
nova atividade. Não há nada errado com elas. É uma circunstância momentânea do
mercado. Às vezes, se a crise é mais profunda, o problema não é mais apenas
conjuntural, mas sim estrutural. Pode ser que aqueles empregos que existiam num
determinado modelo econômico, não existam mais.
Outro fator que pode reduzir os
empregos, ou modifica-los radicalmente, são os avanços da tecnologia. Nada que
podemos fazer, pois seria impossível frearmos o progresso, mas podemos nos
preparar e nos adaptar para estas evoluções que são incontroláveis. Há muitos
anos atrás quando eu trabalhava na indústria automobilística, me recordo que
havia uma profissão nobre. Eram os Ferramenteiros. Os que desenhavam as peças
dos automóveis que depois seriam moldadas, fundidas ou prensadas para a
fabricação do carro. Estes desenhos eram feitos à “mão” e eram muito precisos, além
de requererem longos anos de experiência. Com o advento da informática, foi
desenvolvido um software de CAD-CAM, que substituiu com mais precisão o
trabalho que os Ferramenteiros realizavam à mão. Foi um desespero, porque da
noite para o dia o que era uma profissão nobre, foi substituída pela
tecnologia. Obviamente que as pessoas foram fazer cursos, para se adaptarem às
novas tecnologias, mas muitos profissionais não conseguiram e perderam os seus
empregos. Este é apenas um exemplo do que pode acontecer no mercado de
trabalho, independente de uma situação apenas conjuntural.
Resumindo, todos nós precisamos
analisar e nos preparar para eventualmente trabalharmos num Plano B. Perdi o
emprego, e agora o que eu faço? Como eu posso realizar um trabalho com as
competências e experiências que tenho, e que podem me gerar renda e trabalho
por um tempo? Muitas vezes, e para muitas pessoas, o que era um Plano B, acaba
virando um Plano A. Para isso acontecer de uma forma tranquila é importante que
se faça uma reflexão e sobretudo se pense e se prepare para ter um Plano B. Nunca
se sabe o dia que poderemos precisar colocá-lo em prática.
Os empregos podem reduzir, mudar,
se transformar, mas sempre haverá necessidade de alguém fazer algum ofício.
Seja ele mais operacional ou tecnologicamente mais avançado.
E você está preparado no caso de
decretarem o fim do emprego?
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